Mais interessada em criar beleza do que empinar o bumbum, a brasileira Marisa Monte ele se manteve fiel às suas ambições artísticas e amor pela tradição enquanto se manteve no topo das paradas: uma estrela pop que não age como uma estrela pop.
Mais de 30 anos depois de seu primeiro álbum, Monte, 55, se apresentará pela primeira vez em Nova Jersey na noite de sexta-feira em Newark, onde uma grande população brasileira sem dúvida está animada para a estreia do ícone latino no Garden State.
Seu show no Centro de artes cênicas de Nova Jerseyparte da multi-cidade Festival de Norte a Litoralfaz parte de uma turnê mundial que registrou 100 shows e apresenta músicas de seu álbum de 2021, “Portas”, que se traduz em “Doors”.
O álbum foi criado como um bálsamo para o isolamento e o trauma da pandemia, mas Monte disse em uma entrevista recente que sente que continua relevante.
“Ele celebra o valor da reunião, da comunidade e da esperança”, disse ele ao NJ Advance Media. “Hoje vejo o quanto o álbum, e a arte em geral, representa um poderoso suporte emocional para pessoas em meio a dificuldades”.
Como muito do trabalho de Monte, o álbum representa uma fusão de estilos tanto do Brasil quanto de fora do país sul-americano. O centro da música é a voz bela e paliativa de Monte e seu talento para envolvê-la com sons encantadores que vão desde a eletrônica até instrumentos tradicionais como o cavaquinho tipo ukulele.
Com um repertório amplo, Monte não interpreta exclusivamente canções que mexem ao ritmo do samba, a pulsação do Brasil, mas esteve presente em sua família desde que seu pai foi dirigente da escola de samba Portella, uma das mais importantes. as “escolas de samba” mais respeitadas na competição anual de carnaval.
Aliás, uma de suas canções inéditas, “Elegante Amanhecer”, é um doce samba de ritmo médio que é uma homenagem a Portella, que toca no Sambódromo na madrugada de Carnaval. “Foi lindo ver Portella / o sol nascendo / nascer do sol gracioso”, ela canta, “Foi lindo, foi lindo ver / Portella é / Mil histórias para contar / Mil canções para cantar, que beleza”.
Embora os jovens brasileiros sejam mais propensos a ouvir rap ou rock hoje em dia, Monte disse: “O samba é atemporal, fala profundamente à alma de todos os brasileiros, sempre terá um lugar importante em nossos corações e cultura. Permanece vivo, produtivo, pulsante e relevante.”
Para Monte, a música sempre pareceu ser o seu caminho. “Desde muito cedo fui atraída pela música”, disse ela. “Comecei estudando instrumentos, me aproximando de músicos instrumentistas na minha família, na escola e entre amigos. O resto é história.”
Essa história, na verdade, tomou um rumo inicial quando Monte deixou o Brasil ainda adolescente para estudar ópera na Itália.
Monte se considera totalmente brasileira, mas tem laços ancestrais distantes com a Itália. “Sei que pelo menos um ancestral veio para cá há 450 anos”, disse, acrescentando: “Sou fruto de muitos amores e de muitos encontros de muitos casais nos últimos séculos no Brasil”.
“Estudei história da arte, história da música, teoria musical e cursos de canto em Roma”, lembrou Monte. “Quando estava prestes a começar a estudar para a graduação, percebi que a música brasileira era uma voz muito forte dentro de mim, e tive certeza de que a música popular tinha um campo de atuação mais amplo.”
Depois de sua passagem por Roma, Monte voltou ao Brasil e começou a chamar a atenção por seus shows ao vivo, que foram capturados em “MM”, sua estreia em 1989 aos vinte e poucos anos. Nela deu o tom de sua extensa carreira, cantando a afro-brasileira “Lenda das Sereias” a “Porgy and Bess” e a lúdica “South American Way”, popularizada por Carmen Miranda.
Ao contrário de Miranda, que lutou para guiar sua própria carreira e imagem, Monte foi a rara artista que conseguiu assumir o controle de sua carreira, insistindo em ter seu próprio repertório e gravar em sua própria gravadora.
“Carmen era uma cantora extraordinária, dona de uma voz e carisma únicos”, disse Monte, “inteligente, brilhante – e fez carreira no cinema e na música em um ambiente onde as mulheres geralmente não compunham seu próprio repertório. Sou muito fã dele, é uma grande referência e inspiração para todos nós. Ela é um ícone.”
Desde sua estreia, os álbuns de Monte subiram consistentemente para o primeiro ou segundo lugar nas paradas brasileiras. Tem se destacado por criar música elegante e sempre criativa, reunindo músicos brasileiros com artistas de vanguarda americanos como Laurie Anderson, Philip Glass e Arto Lindsay.
Durante um hiato em 2002, ele gravou informalmente um álbum com seus amigos músicos Carlinhos Brown e Arnaldo Artunes como o grupo Tribalistas, e gerou vários sucessos pop brasileiros, superando seus próprios álbuns mais vendidos.
Olhando para o futuro, disse Monte, vai continuar a digressão “Portas” até ao final do próximo ano e criar um álbum ao vivo a partir dela. Então chegará a hora de você encontrar um novo caminho para sua expressão criativa.
“Estou muito feliz por ter a oportunidade de me comunicar com as pessoas através da música, através da arte”, concluiu. “Eu honro muito a oportunidade que a vida me deu de estar envolvido em uma missão tão bonita.”
Marisa Monte estará no New Jersey Performing Arts Center, 1 Center Street, Newark, 23 de junho às 20h. Os ingressos custam $ 40-100. Para mais informações, acesse njpac.org ou ligue para 888-696-5722.
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