Como o El Niño afetará a América Latina e o Caribe?

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O mapa mostra a região latino-americana com manchas para ilustrar a heterogeneidade do impacto do padrão climático El Niño.  O que se destaca é como os efeitos serão desiguais.  Por exemplo, é provável que o México tenha alta pluviosidade entre janeiro e abril, enquanto o Brasil será mais seco do que a média entre abril e junho.  Algumas áreas sofrerão incêndios florestais, enquanto outras provavelmente sofrerão inundações.
  • O El Niño, um padrão climático que traz temperaturas mais altas do mar para o Oceano Pacífico e desencadeia eventos climáticos extremos em todo o mundo, chegou e deve persistir até 2024, de acordo com a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA. efeito econômico líquido. Com esse alerta e com base nos relatórios meteorológicos atuais, esperamos que o El Niño tenha um impacto econômico considerável, mas desigual, na América Latina e no Caribe.
  • Os efeitos do El Niño variam de acordo com a geografia e a estação, mas seu impacto será mais evidente nos setores primário, de infraestrutura e de eletricidade em meio a mudanças nos padrões de precipitação. Por exemplo, a economia do Peru provavelmente sofrerá mais entre janeiro e maio, devido às altas temperaturas e inundações ao longo da costa norte, que muitas vezes danificam a infraestrutura e reduzem a produção agrícola e pesqueira. Alguns impactos já estão sendo sentidos, mas vão diminuir durante a estação seca de junho a setembro.
  • Enquanto isso, a fértil região dos Pampas da Argentina se beneficiará de chuvas acima da média, principalmente em setembro-janeiro; isso acabará com uma seca devastadora que reduziu drasticamente a produção agrícola. O contrário acontecerá no norte e nordeste do Brasil, oeste do México, Colômbia, América Central e Caribe, onde o clima mais seco no final de 2023 prejudicará a produção agrícola e aumentará o risco de incêndios florestais, especialmente na floresta amazônica.
  • Na região centro-oeste do Brasil (seu cinturão agrícola), o impacto do El Niño será misto, pois é uma área de transição, onde chuvas mais abundantes no oeste dão lugar a condições secas no norte e leste. Esperamos picos de temperaturas mais altas que, se muito intensas, podem reduzir importantes colheitas.
  • Apesar dessa heterogeneidade, a região provavelmente enfrentará um desafio comum: pressões inflacionárias de curto prazo. Supondo que haja alguma interrupção interna nas cadeias de produção e suprimentos, a maioria dos países enfrentará pressões de preços. A intensidade destes dependerá em grande parte do peso dos alimentos na cesta de inflação de cada país. Nesse contexto, e dependendo da severidade do El Niño, um dos principais riscos para a região derivados do padrão climático é que a política monetária permaneça mais restritiva por mais tempo do que esperamos atualmente.
  • Os efeitos do El Niño na América Latina provavelmente também terão repercussões globais. O domínio da região nos mercados agrícolas e de mineração significa que qualquer choque na oferta doméstica influenciará os preços mundiais das commodities. Além disso, um clima mais seco no Panamá poderia alterar temporariamente o comércio internacional, já que 6% do comércio marítimo passa pelo Canal do Panamá. Já existem restrições à operação do Canal do Panamá, problema que pode se agravar em 2024.

As análises e previsões apresentadas neste artigo podem ser consultadas no serviço de análise de países da EIU. Essa solução integrada fornece informações globais inigualáveis ​​que abrangem as perspectivas econômicas, políticas e regulatórias de quase 200 países, ajudando as organizações a identificar oportunidades e riscos potenciais.

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