Defensor de motoboy humilhado em condomínio faz representação por dano racial contra morador | Campinas e Região

O entregador do pedido de serviço de alimentação também prestou depoimento na delegacia de Valinhos nesta segunda-feira. Segundo o advogado Márcio Santos Abreu, a defesa do Motoboy tentará mostrar que o agressor não estava em um surto de esquizofrenia, conforme afirma o pai do menino.

“Vamos tentar mostrar que o agressor não estava em surto psicótico. Aparentemente, ele estava em seu estado normal. Mas isso vai exigir perícia, vai exigir investigação. Agora, o inquérito policial vai continuar, vai ser concluído e depois vai ser encaminhado ao judiciário”, explicou. o defensor.

ELE O condomínio Vila Bela Vista colocou uma faixa de repúdio ao morador ao lado da portaria. A administração solicitou que uma viatura da Polícia Militar fiscalize a área. No sábado (8), Motoboys da região de Campinas (SP) fizeram manifestação pacífica em frente ao local, com uma buzina. O condomínio fica no bairro Chácaras Silvania.

Matheus Pires Barbosa deu depoimento nesta segunda-feira – Foto: Playback / EPTV

Matheus Pires Barbosa agradeceu as manifestações a seu favor e reiterou o desejo de que continuem em paz. Em uma entrevista com Fantástico, o motoboy detalhou a discussão e as ofensas sofridas pelo morador. O profissional afirmou que, em outra ocasião, o homem já havia sido grosseiro por não encontrar o endereço da residência. Desta vez, o problema aconteceu porque Barbosa pediu que ele pegasse o pedido diretamente na recepção.

“Ele estava agindo de forma selvagem. Disse que eu tinha a obrigação de ir até a casa, então brinquei com ele, disse que agora sabia por que falavam mal entre os motociclistas. Aí ele começou a me ofender.” Ele disse que não tinha o direito de dizer isso a ela, ele fez uma expressão de macaco. Quando ele disse que eu era negra, percebi que havia cometido um crime ”, disse o entregador.

O morador do condomínio, Mateus Almeida Prado, já se envolveu em outro motim no mesmo condomínio há dois anos. Um vídeo mostra o momento em que ele destrói um carromeu vizinho. Ela disse que depois do episódio, ela se mudou porque tinha medo do menino.

O pai do agressor afirmou que o filho sofre de esquizofrenia paranóica. Na delegacia apresentou atestado médico de tratamento. O homem disse que “Mateus foi educado para tratar o próximo com respeito, independentemente de classe social, credo ou raça. Valores que lhe foram roubados pela esquizofrenia.” O bilhete da família também pede desculpas ao motoboy e a todos os trabalhadores afetados pelo episódio.

Segundo o psiquiatra da USP Paulo Clemente Sallet, o comportamento do residente precisaria de mais investigações, mas ele afirmou que, no vídeo, não parecia estar passando por um surto psicótico.

“Aparentemente, no clipe apresentado, essa criança não estava em surto psicótico. Ele tinha capacidade mental, cognitiva e de autocontrole, o que fica demonstrado nas atitudes que tem no vídeo. Por causa da expressão verbal, dos gestos e da atitude vista no vídeo. Eu diria que essa criança no momento da agressão não parecia estar em uma crise psicótica ”, disse Sallet.

Condomínio abre caminho para repudiar crimes racistas – Foto: Playback / EPTV

Remoção de gatinhos e aplicativos

Internautas se mobilizaram para criar um “gatinho” online e ajudar o entregador. Na manhã desta segunda-feira, o valor arrecadado já era de R $ 151.715, superando a meta de R $ 150 mil. De acordo com os organizadores, o objetivo é auxiliar na compra de uma casa e investimentos em estudos futuros. Com o episódio, o motoboy ficou conhecido na internet e já tem 2 milhões de seguidores no Instagram.

O app de entrega de comida IFood comentou o caso e confirmou, em nota, que o usuário será excluído da plataforma de pedidos.

“Com base nos termos de uso do aplicativo, a IFood cancelou o cadastro do usuário infrator da plataforma. A empresa entra em contato para oferecer ao entregador apoio jurídico e psicológico”, diz a empresa, mencionando que censura preconceito ou discriminação.

Um vídeo mostra o momento em que o homem ofende o profissional e diz que está “com ciúme dele aqui”, apontando para a própria pele.

Durante a discussão, o menino chegou a ofender o entregador, chamando-o de “semianalfabeto”; ele repete que tem ciúme da vida das pessoas que moram em seu condomínio; e diz que o profissional não tem onde morar ou “nunca vai ter” nada do que estava falando. O vídeo foi gravado por um vizinho.

“Eu disse a ele que ele não podia mais fazer isso porque ninguém gostava desse tipo de atitude. O que ele faz é se mostrar superior às pessoas. Houve um momento em que ele cuspiu em mim, jogou o bilhete no chão e disse que eu era um lixo. para a polícia, ele continuou com os ataques, me chamou de favelado ”, disse Matheus Pires Barbosa.

Caso de racismo com despachante de aplicativo em Valinhos, interior de São Paulo – Foto: Montagem / G1

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