SÃO PAULO, 7 de junho (Reuters) – O desmatamento na Amazônia brasileira caiu quase 10% em maio em relação ao ano anterior, mostraram dados preliminares do governo nesta quarta-feira, com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva fortalecendo os esforços de proteção.
Dados oficiais da agência de pesquisa espacial Inpe mostraram que 812 quilômetros quadrados (cerca de 313 milhas quadradas) foram limpos na Amazônia brasileira no mês passado, menos que os 900 quilômetros quadrados relatados no ano anterior.
Lula assumiu o cargo em 1º de janeiro prometendo intensificar os esforços para acabar com o desmatamento na Amazônia após anos de destruição crescente sob seu antecessor Jair Bolsonaro.
O ex-presidente de extrema-direita reduziu os esforços de proteção ambiental, cortando fundos e funcionários em agências importantes, enquanto pedia mais agricultura e mineração em terras protegidas.
Neste ano, até o final de maio, o desmatamento na Amazônia caiu 31% em relação aos mesmos cinco meses de 2022, segundo dados do Inpe.
João Paulo Capobianco, secretário de controle de desmatamento do Ministério do Meio Ambiente do Brasil, chamou os resultados de “extremamente positivos”, já que a Amazônia abriga “dinâmicas extremamente complexas” de desmatamento.
“Tínhamos assumido o desmatamento em ritmo acelerado e agora estamos conseguindo reverter a curva”, disse Capobianco em entrevista coletiva.
O governo relatou a primeira grande queda sob Lula em abril.
Rodrigo Agostinho, presidente do Ibama, disse que os esforços para combater o desmatamento aumentaram significativamente nos primeiros meses de 2023.
Entre janeiro e maio, o Ibama impôs multas de cerca de 2 bilhões de reais (US$ 406 milhões), 160% a mais do que a média anual do mesmo período durante o mandato de quatro anos de Bolsonaro. Também colocou embargos em 2.255 fazendas por irregularidades ambientais.
Apesar da queda na destruição da Amazônia, o desmatamento no Cerrado brasileiro, um bioma de savana que faz fronteira com a floresta tropical, aumentou 83% em maio em relação ao ano anterior.
“Maio trouxe números animadores para a Amazônia, mas uma destruição sem precedentes para o Cerrado”, disse o chefe de restauração e conservação do WWF-Brasil, Edegar de Oliveira. A savana está sob “forte pressão” do setor agrícola, acrescentou.
O governo Lula traçou nesta segunda-feira um plano de ação para acabar com o desmatamento ilegal da floresta atlântica até 2030, que envolve aumento de inteligência e imagens de satélite, regularização fundiária e cadastro rural para monitorar o manejo das florestas consideradas vitais para conter os efeitos catastróficos da combustíveis fósseis. – impulsionado pelas mudanças climáticas.
Sua agenda ambiental sofreu reveses na semana passada, no entanto, quando os legisladores aprovaram um projeto de lei que restringe os poderes dos ministérios de meio ambiente e assuntos indígenas do país.
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Reportagem de Peter Frontini e Lisandra Paraguassu; Editado por Aurora Ellis e Sarah Morland
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