Medicamentos para colesterol podem ajudar a tratar Covid-19

A notícia é boa: estatinas são uma opção de tratamento complementar para doenças causadas por coronavírus. Isso porque esses remédios, indicados para pessoas com colesterol Alto, problemas cardiovascular, diabetes, entre outras condições, protege a parede do vaso e modula a inflamação, reduzindo o risco de trombose. É um efeito particularmente vantajoso COVID-19.

Pessoas infectadas com o novo vírus podem experimentar um processo inflamatório nas células que revestem os vasos sanguíneos. Além de controlar o colesterol no sangue, sua função clássica, as pílulas de estatina têm ação justa anti-inflamatório e melhorar a condição das artérias em todo o corpo.

Um estudo retrospectivo realizado na China com 13.981 pacientes com Covid-19 mostrou que, na fase de hospitalização, a prescrição de estatinas estava associada a um menor risco de morte por todas as causas. Não é que eles, por si próprios, revertam o problema, mas que se somam ao arsenal já utilizado contra a doença para prevenir agravos. Tudo sob supervisão médica, deve-se observar.

O uso de medicamentos deve continuar.

Uma preocupação de quem tem teste positivo para coronavírus é continuar ou não usar medicamentos durante o período de convalescença. No caso dos medicamentos para controle do colesterol, sim, essa rotina deve persistir. Embora tenhamos que aguardar mais evidências de estudos sobre Covid-19, aqueles que precisam tomar estatinas estão garantindo a proteção cardiovascular com segurança e podem se beneficiar desse outro efeito do medicamento contra infecções.

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Além disso, deve-se mencionar que o uso combinado de estatinas e medicamentos normalmente prescritos para controle da pressão arterial não favorece seu agravamento ou aumenta o risco de mortalidade em pessoas com hipertensão que contraem o coronavírus. Isso já foi comprovado cientificamente. Ou seja, ambos os tratamentos devem avançar.

Estilo de vida sedentário e dieta na pandemia

Sabemos que o estilo de vida também afeta os níveis de colesterol e gordura no sangue. E um estilo de vida sedentário, um dos efeitos colaterais da pandemia, tende a aumentar as taxas de triglicerídeos e diminuir o colesterol bom (HDL). A ingestão de alimentos ricos em gordura saturada (carnes vermelhas, produtos industrializados …), por sua vez, pode elevar os níveis de colesterol ruim (LDL). É uma combinação indesejada para as artérias.

Por esse motivo, é altamente recomendável que, neste momento, os exercícios possam ser mantidos, mesmo em casa, com modalidades adequadas para o menor espaço, preferencialmente supervisionados ou orientados por um profissional através das ferramentas digitais disponíveis.

Alguns recomendações dietéticas eles também fazem a diferença. Apesar da tendência de abusar dos doces por ficarmos mais tempo em casa, devemos dar preferência ao consumo de produtos de origem vegetal, na natureza ou minimamente processado. Também é indicado para diversificar a alimentação – com cereais, raízes, frutas, verduras, legumes, nozes, leite, ovos, carnes, frango, peixes, etc. – e use pequenas quantidades de óleo, sal e açúcar.

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Comer regularmente e com atenção, em ambientes adequados e, sempre que possível, em companhia, torna estes eventos divertidos, o que contribui para a sensação de bem-estar. Outra dica importante é, ao solicitar a entrega das refeições, escolher estabelecimentos que façam a refeição no horário ou no mesmo dia.

É sempre melhor prevenir do que curar

Conselhos como os citados acima ajudam a enfrentar momentos de crise com saúde e alegria e fazem parte da campanha de alerta que o Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) está promovendo na semana de 8 de agosto, o Dia Nacional de Controle de Colesterol. É um fator de risco para doenças cardiovasculares que atinge 40% da população adulta e ainda atinge os infectados pelo coronavírus.

Muitas pessoas nesse grupo não controlam o colesterol e correm sério risco de ataque cardíaco ou derrame. Os números são altos: cerca de 400 mil pessoas morrem a cada ano no Brasil por doenças cardiovasculares, principal causa de morte no país.

O Estudo Epidemiológico de Informações Comunitárias da Socesp (Epico) constatou que apenas 16% das pessoas apresentavam níveis de colesterol na Diretriz brasileira para prevenção de dislipidemia e aterosclerose. De acordo com a pesquisa, o colesterol foi o fator de risco cardiovascular menos controlado na população.

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Na verdade, nenhum paciente avaliado apresentava os três principais fatores de risco, colesterol, hipertensão e diabetes, totalmente controlados. O estudo coletou dados de mais de 9 mil pessoas no estado de São Paulo, de ambos os sexos, em unidades básicas de saúde em 32 municípios.

Agora que já vivenciamos as restrições impostas pela pandemia Covid-19, precisamos reorganizar a rotina, alimentação e frequência da atividade física com o objetivo desse bem maior, saúde e qualidade de vida. Vamos tentar?

* Dra. Maria Cristina Izar é cardiologista, Diretora de Promoção e Pesquisa da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) e professor de cardiologia em Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)

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About the Author: Adriana Costa

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