Reino Unido contribuirá para fundo brasileiro de defesa da Amazônia, diz PM Sunak | Notícias do Meio Ambiente

O presidente brasileiro Lula da Silva, que prometeu acabar com o desmatamento na Amazônia, dá as boas-vindas a uma promessa de US$ 101 milhões para o Fundo Amazônia.

O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, disse que o Reino Unido contribuirá com mais de US$ 101 milhões (£ 80 milhões) para o Fundo Amazônia do Brasil, uma iniciativa que busca deter o desmatamento na extensa floresta tropical da América do Sul.

Sunak fez a promessa na sexta-feira depois de conversar em Londres com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, a quem o primeiro-ministro britânico disse “demonstrar grande liderança em mudanças climáticas”.

“Há tantos interesses que temos em comum”, disse Sunak a Lula na reunião na 10 Downing Street, citando mais comércio e a luta para combater a crise climática.

“Tenho o prazer de anunciar que investiremos no seu Fundo Amazônia e presto homenagem à sua liderança nesta iniciativa”, disse ele.

O presidente brasileiro, que está no Reino Unido para assistir à coroação do rei Carlos III no fim de semana, também elogiou as conversas.

“Tivemos uma boa conversa sobre nossas relações comerciais, proteção ambiental e paz mundial”, Lula escreveu No Twitter.

O líder de esquerda, que derrotou por pouco o ex-presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro no segundo turno da eleição em outubro, prometeu lutar pelo “desmatamento zero” na Amazônia, cerca de dois terços da qual está no Brasil.

O desmatamento aumentou sob Bolsonaro, que promoveu mais desenvolvimento econômico na Amazônia e relaxou as salvaguardas ambientais.

Em 2019, Bolsonaro dissolveu o comitê gestor que selecionava projetos sustentáveis ​​para financiar por meio do Fundo Amazônia, levando Alemanha e Noruega a congelar suas doações.

A floresta tropical é central para a luta global contra a mudança climática, e grupos de direitos humanos denunciaram as políticas do governo Bolsonaro como levando a uma maior destruição, bem como ameaças crescentes contra comunidades indígenas na região.

Mas no final de janeiro, poucas semanas após a posse de Lula, a Alemanha anunciou que voltaria a disponibilizar US$ 38 milhões para o Fundo Amazônia.

O governo alemão também concedeu US$ 87 milhões em empréstimos a juros baixos a agricultores para restaurar áreas degradadas, bem como US$ 34 milhões a estados brasileiros na região amazônica para proteger a floresta tropical.

“Com o novo governo e a equipe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e [Environment] Ministra Marina Silva, temos uma grande oportunidade de proteger a floresta e oferecer uma nova perspectiva para as pessoas que vivem lá”, disse na ocasião a ministra do Desenvolvimento da Alemanha, Svenja Schulze.

No mês passado, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que se encontrou com Lula na Casa Branca em fevereiro, anunciou que pediria ao Congresso uma contribuição de US$ 500 milhões ao longo de cinco anos para o fundo e atividades relacionadas.

França e Espanha também demonstraram interesse em contribuir, disse o Brasil.

Na sexta-feira, Lula agradeceu a Sunak e disse que é hora de “normalizar” as relações entre o Reino Unido e o Brasil, acrescentando que “muito mais pode ser feito em termos comerciais”.

O presidente brasileiro também reiterou que os países com grandes florestas precisam de apoio, especialmente das nações desenvolvidas, para protegê-las, reafirmando o compromisso do Brasil com o desmatamento zero até 2030.

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