Justiça brasileira ordena que ex-presidente Jair Bolsonaro seja interrogado sobre tumultos

O Supremo Tribunal do Brasil ordenou que o ex-presidente Jair Bolsonaro se submeta a interrogatório pela polícia federal sobre a tomada do Congresso, do palácio presidencial e do próprio tribunal por centenas de seus apoiadores no início deste ano.

O Supremo Tribunal do Brasil ordenou que o ex-presidente Jair Bolsonaro se submeta a interrogatório pela polícia federal sobre a tomada do Congresso, do palácio presidencial e do próprio tribunal por centenas de seus apoiadores no início deste ano.

A ordem judicial faz parte de uma investigação sobre o possível papel de Bolsonaro e seus apoiadores nos ataques. Há cerca de duas semanas, o conservador voltou ao Brasil após ficar na Flórida desde o final do ano passado.

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A ordem judicial faz parte de uma investigação sobre o possível papel de Bolsonaro e seus apoiadores nos ataques. Há cerca de duas semanas, o conservador voltou ao Brasil após ficar na Flórida desde o final do ano passado.

Multidões de apoiadores de Bolsonaro cercaram os principais prédios do governo do Brasil em 8 de janeiro para protestar contra sua derrota na eleição presidencial para Luiz Inácio Lula da Silva. Eles quebraram janelas e danificaram algumas das mais preciosas obras de arte do país. Os distúrbios traçaram paralelos com o ataque ao Capitólio dos Estados Unidos dois anos antes. O presidente da Silva e muitos de seus apoiadores descreveram o ataque como uma tentativa de derrubar seu governo.

O Supremo Tribunal Federal disse na sexta-feira que estava dando a Bolsonaro 10 dias para comparecer para interrogatório sobre os distúrbios. Se Bolsonaro se recusar e não puder apresentar um motivo legítimo para sua ausência, ele poderá ser preso, segundo um funcionário próximo à investigação.

Bolsonaro, que não respondeu aos pedidos de comentários, negou anteriormente qualquer irregularidade e disse que condena qualquer ataque ao patrimônio público.

Em entrevista ao The Wall Street Journal em fevereiro em Orlando, Flórida, o capitão do exército que se tornou político ridicularizou as alegações de que os protestos equivaleram a uma tentativa de golpe. “Golpe? Que golpe? Onde estava o comandante? Onde estavam as tropas, onde estavam as bombas?”, perguntou.

Enquanto Bolsonaro estava na Flórida no momento dos distúrbios, os promotores acusaram o conservador de preparar o cenário para os ataques, irritando seus apoiadores a acreditar que a eleição presidencial de outubro havia sido roubada. Centenas de seus apoiadores permanecem sob custódia policial pelos ataques.

Bolsonaro passou grande parte de seus quatro anos no cargo levantando acusações de fraude no sistema de votação eletrônica do Brasil, polarizando grande parte do país.

Depois de perder por pouco a votação de outubro, Bolsonaro praticamente desapareceu dos olhos do público antes de voar para a Flórida. Lá ele se reuniu com apoiadores do ex-presidente Donald Trump, que apoiou Bolsonaro nas eleições de outubro.

A longa ausência de Bolsonaro do Brasil provavelmente enfraqueceu sua popularidade, disse Thiago de Aragão, um analista político baseado em Washington. “Lula parou de falar dele, e o grande erro de Bolsonaro foi continuar falando de Lula… o melhor presente que um político pode dar a outro é falar do outro”, disse Aragão.

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, que assinou a liminar, ordenou que Bolsonaro se submetesse a interrogatório policial no início do ano passado como parte de uma investigação separada sobre alegações de que o então presidente vazou uma investigação policial sobre uma tentativa de hacking contra a Justiça Eleitoral.

Bolsonaro citou a investigação policial em postagens de mídia social na época, argumentando que ela mostrava que o sistema de votação do Brasil estava aberto a interferências e fraudes externas, uma acusação rejeitada por autoridades eleitorais e pela polícia.

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