Gráfico: A ascensão e queda das emissões de eletricidade do BRICS

Enquanto o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente da China, Xi Jinping, se reúnem para discutir as futuras parcerias comerciais de seus países, a energia e o meio ambiente também estão em primeiro plano, pois surge a questão de como melhor equilibrar o crescimento econômico com o problema global do clima crise.

A extração de materiais, a fabricação de bens e (não apenas a manutenção, mas também) o crescimento da economia de grandes nações consome muita energia e produz enormes quantidades de resíduos, inclusive na forma de emissões de carbono.

O gráfico abaixo compara a variação percentual nas emissões de CO2 geradas pela produção de eletricidade no bloco BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) ano a ano.

Aqui, o Brasil se destaca pela queda absoluta nas emissões (-34,2%) em 2022. Segundo a Ember analistas, essa queda se deve ao fato de a geração de energia limpa ter aumentado além do aumento da demanda. A geração a gás caiu 46% no país, enquanto a energia hidrelétrica dominou o mix de eletricidade (63%, 428 TWh). Ao mesmo tempo, as energias eólica e solar superaram a média mundial de 12%, respondendo por 15% da eletricidade do país.

A China, por outro lado, experimentou um aumento líquido de 1,6% (+76 mtCO2) nas emissões da geração de eletricidade em relação ao ano anterior. Os pesquisadores da Ember dizem que isso se deve em parte ao fato de que o crescimento da demanda de eletricidade no país foi parcialmente coberto pela energia do carvão no ano passado.

Embora seja verdade que o carvão representou 61% do mix de eletricidade da China em 2022, é importante acrescentar aqui que o país liderou globalmente em termos de produção de mais eletricidade a partir de energia hidrelétrica com 1.318 TWh (representando 15% de sua energia) . mix), enquanto solar e eólica contribuíram com 14 por cento, nuclear (5 por cento) e bioenergia (2 por cento).

Como explica Małgorzata Wiatros-Motyka, analista sênior de energia da Ember: “A China é o maior país do mundo movido a carvão, mas também o líder absoluto em geração de energia eólica e solar. As decisões tomadas sobre energia no país têm implicações globais. Se o pico global de fósseis ocorrerá em 2023 depende muito da China”.

Evan Ellis, professor pesquisador da América Latina, também avalia o assunto, destacando algumas nuances adicionais em um artigo de opinião sobre como a geração e transmissão de eletricidade tem sido um dos principais focos de investimento chinês no Brasil nos últimos 20 anos, com 48% de todos os investimentos em valor no setor.

Xi e Lula também devem discutir a questão dos créditos de carbono e falar sobre um satélite brasileiro-chinês, que permitirá o monitoramento eficiente de biomas como a floresta amazônica.

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