BRASÍLIA (AP) – Jair Bolsonaro, ex-presidente de direita do Brasil, voltou para casa na manhã desta quinta-feira após um exílio auto-imposto de três meses nos Estados Unidos após sua derrota no ano passado em uma eleição que testou a estabilidade. no mundo. democracias
Ele retorna a uma série de investigações e pode ser preso se for acusado de espalhar alegações infundadas de que o sistema eleitoral do Brasil era vulnerável a fraudes, apesar das análises de especialistas em segurança independentes mostrarem o contrário, e de que a esquerda estava empenhada em roubar votos.
Em janeiro, o Supremo Tribunal do Brasil disse que investigaria Bolsonaro por inspirar a máfia de extrema-direita que invadiu e saqueou o Congresso, o Supremo Tribunal e os gabinetes presidenciais do país em 8 de janeiro, enfatizando que o ex-líder poderia em breve enfrentar consequências legais por um movimento extremista que ele ajudou a construir.
Bolsonaro é alvo de outras cinco investigações do Supremo Tribunal Federal, inclusive sobre a forma como lidou com a pandemia, acusações de espalhar desinformação e vazamento de informações sigilosas quando falou sobre uma invasão da agência eleitoral do país para respaldar suas alegações de que o sistema de votação do Brasil sistema é inseguro.
Ele também enfrenta mais de uma dezena de investigações do corpo eleitoral do país. Se ele for condenado em qualquer um desses casos, ficará inelegível para o cargo por oito anos.
O ex-presidente negou qualquer irregularidade em relação ao motim de janeiro e se defendeu em outras investigações sobre sua conduta.
O clima político no Brasil está tenso desde a saída de Bolsonaro, com muitos de seus aliados pedindo seu retorno. De sua parte, Bolsonaro tem criticado a atual administração esquerdista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Durante sua estada nos Estados Unidos, que foi passada principalmente na Flórida, Bolsonaro se reuniu com ativistas e especialistas conservadores e participou de vários eventos, desde a Conferência de Ação Política Conservadora até a abertura de uma hamburgueria.
No aeroporto de Brasília, na manhã desta quinta-feira, dezenas de apoiadores se reuniram no portão de desembarque para cumprimentar Bolsonaro, embora ele tenha sido impedido de recebê-los. Agentes da Polícia Federal determinaram que o ex-presidente e seus assessores usem uma saída separada por questões de segurança.
A comitiva de Bolsonaro o levou à sede do Partido Liberal, onde se reuniu com políticos de direita, familiares e alguns de seus aliados mais fiéis.
Lá ele recebeu uma recepção calorosa de seus colegas e ex-ministros de gabinete, que entoaram “o capitão está de volta” e postaram fotos e vídeos de sua chegada nas redes sociais.
“Bem-vindo, senhor presidente”, disse Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal. “Sua falta foi sentida; sentiram sua falta. Nós sempre sentiremos a sua falta.”
Bolsonaro então se dirigiu a uma reunião a portas fechadas com líderes partidários e legisladores de direita.
Em um breve discurso perante parlamentares conservadores, Bolsonaro elogiou a Flórida como modelo para o Brasil. O governador republicano e os legisladores estaduais têm defendido uma agenda conservadora sobre armas, educação e outras questões.
“Nosso sonho é seguir esse estado norte-americano em muitas das coisas boas que ele tem por lá”, disse Bolsonaro. “A grande maioria das ações são benéficas. Esse é o estado brasileiro que deu certo”.
E acrescentou: “Tudo o que temos é o que queremos implementar aqui também: a liberdade de expressão, a propriedade privada, a questão do crime, o legítimo direito de legítima defesa. O mais importante é a liberdade para as pessoas trabalharem, se expressarem e seguirem suas vidas.”
Apesar das investigações que pairam sobre ele, Bolsonaro tomará posse na próxima semana como presidente honorário do Partido Liberal, principal força de oposição no Congresso ao governo Lula.
“Não liderarei nenhuma oposição”, disse ele. disse à CNN Brasil em entrevista publicada na quarta-feira, acrescentando que simplesmente “participaria do meu partido” e que o governo Lula seria prejudicado por suas próprias deficiências.