BONS ARES
As autoridades brasileiras anunciaram planos na segunda-feira para expulsar mais imigrantes ilegais de terras indígenas na floresta amazônica do país este ano.
O ministro da Justiça, Flavio Dino, disse em entrevista coletiva na capital Brasília que as autoridades planejam operações de despejo em outros seis territórios indígenas.
O anúncio ocorre após uma repressão este ano aos requerentes de terras ilegais pertencentes ao povo indígena Yanomami no estado de Roraima.
Depois que os buscadores se retiraram do território Yanomami, Dino disse a repórteres que “nossa visão é que essa retirada seja concluída no mês de abril. O controle do espaço aéreo será retomado em 6 de abril”.
Ele também descreveu uma “presença muito pequena” de buscadores em território Yanomami e alegou que às vezes “os indígenas defendem a presença de buscadores (e) reagem à presença das forças de segurança”.
Dino disse ainda que as forças de segurança que operam na zona destruíram 70 barcos e 140 aeronaves.
Acrescentou que 28 mandados de busca e apreensão foram emitidos e fundos no valor de R$ 68 milhões (US$ 12,9 milhões) foram bloqueados.
Dino disse que algumas forças de segurança permanecerão no território Yanomami nos próximos meses para salvaguardar a área.
Desde janeiro, as autoridades vêm reprimindo os garimpeiros no território.
Antes de visitar Roraima, onde vive o povo Yanomami, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva viu fotos duras da crise humanitária que afeta a comunidade indígena.
Após visitar a área, Lula qualificou a crise humanitária em seu território como “genocídio”, alegando que se tratava de um “crime premeditado contra os Yanomami cometido por um governo insensível ao sofrimento do povo brasileiro”.
Em janeiro, Dino também ordenou que as autoridades investigassem o caso, insistindo em que havia “fortes indícios” de que o povo Yanomami pode ter sofrido genocídio.
Muitos ambientalistas e defensores dos povos indígenas e de seus direitos à terra criticaram as políticas do ex-presidente Jair Bolsonaro, insistindo que ele reverteu as proteções ambientais, causou destruição ecológica e impactou as comunidades locais.
Em novembro de 2022, antes de assumir a presidência, Lula prometeu na COP27 Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas proteger a floresta amazônica e fortalecer órgãos de fiscalização e sistemas de monitoramento na Amazônia.
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