- Apoiadores de Bolsonaro invadiram o Congresso, o Supremo Tribunal e o palácio presidencial do Brasil em Brasília no domingo.
- Os manifestantes se recusaram a aceitar a derrota eleitoral legítima de Bolsonaro para o rival de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva.
- “Os golpistas que promoveram a destruição de patrimônio público em Brasília estão sendo identificados e serão punidos”, disse Lula em um tuíte, prometendo retomar as obras do palácio na segunda-feira.
BRASÍLIA, Brasil – 08 de janeiro de 2023: Danos causados no STF por partidários do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro.
Carl De Souza/AFP via Getty Images
A moeda do Brasil enfraqueceu na segunda-feira depois que apoiadores do ex-presidente de direita Jair Bolsonaro invadiram prédios do governo no domingo em protesto contra sua derrota eleitoral.
O real brasileiro caiu 0,6% para negociar em torno de 5,257 por dólar. O índice de referência da Bolsa de Valores de São Paulo, Bovespa, caiu no início do pregão, mas depois subiu para negociar 0,6% a mais.
Apoiadores de Bolsonaro invadiram o Congresso, o Supremo Tribunal e o palácio presidencial do Brasil em Brasília no domingo. Os manifestantes se recusaram a aceitar sua derrota legítima nas eleições de outubro para seu rival de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva.
Os distúrbios ocorreram uma semana após a posse de Lula como presidente e os apoiadores de Bolsonaro contornaram as barricadas de segurança e vandalizaram os três prédios, resultando em mais de 400 prisões após horas de confrontos com as forças de segurança.
BRASÍLIA, Brasil – 08 de janeiro de 2023: Móveis danificados são vistos empilhados em frente ao Palácio do Planalto (local de trabalho oficial do Presidente do Brasil) após protesto de apoiadores do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Mateus Bonomi/Agência Anadolu via Getty Images
“Os golpistas que promoveram a destruição de patrimônio público em Brasília estão sendo identificados e serão punidos”, disse Lula em um tuíte na noite de domingo, prometendo retomar as obras do palácio na segunda-feira.
O novo presidente foi forçado a declarar poderes de emergência e fechar o centro da capital por 24 horas até que a ordem fosse restaurada.
Em coletiva de imprensa, Lula disse que o governo vai atrás dos financiadores das rebeliões. Ele acusou as forças de segurança de “incompetência, má-fé ou malícia” ao permitir que manifestantes, alguns dos quais pediam uma intervenção militar para derrubar Lula ou restaurar o poder de Bolsonaro, tivessem acesso a prédios do governo.
Ele também acusou o ex-presidente de encorajar “fanáticos fascistas”, acusação que Bolsonaro negou em uma série de tuítes no domingo.
“Manifestações pacíficas, segundo a lei, fazem parte da democracia. Porém, depredações e invasões de prédios públicos como as que aconteceram hoje, assim como as que foram praticadas pela esquerda em 2013 e 2017, fogem à regra”, disse Bolsonaro. . disse, de acordo com uma tradução.
Os eventos foram comparados ao ataque de 6 de janeiro de 2021 ao prédio do Capitólio dos Estados Unidos por apoiadores do ex-presidente derrotado Donald Trump.
Em um tweet no final do domingo, o presidente dos EUA, Joe Biden, condenou o que chamou de “o ataque à democracia e à transferência pacífica de poder no Brasil”.
Biden acrescentou: “As instituições democráticas do Brasil têm todo o nosso apoio e a vontade do povo brasileiro não deve ser prejudicada”.
O primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, também condenou na segunda-feira “qualquer tentativa de minar a transferência pacífica de poder e a vontade democrática do povo brasileiro”.
Sunak disse que o governo Lula conta com “total apoio” do Reino Unido e que espera estreitar os laços dos dois países nos próximos anos.
O presidente brasileiro recebeu palavras de apoio de Moscou, e o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a Rússia condenou os instigadores “nos termos mais fortes”, segundo a Reuters.