Trabalhadores brigam com os gigantes da economia informal

Um ciclista da marca de pedidos e entrega de comida online Just Eat anda de bicicleta em Turim em 11 de dezembro de 2022. – Copyright AFP Sam Yeh

Na batalha entre trabalhadores e gigantes da economia paralela, o Uber obteve uma rara vitória na segunda-feira, quando um tribunal da Califórnia confirmou uma lei estadual que permite à empresa tratar seus motoristas como contratados independentes, em vez de empregados.

A decisão contrasta com uma tendência mais ampla de tribunais ordenando que empresas de aplicativos sob demanda, como Uber e Deliveroo, pressionem pelos direitos trabalhistas de seus motoristas e passageiros.

A AFP revê alguns dos casos que foram notícia nos últimos anos:

– Reino Unido ganha proteção sindical –

Em maio de 2021, o Uber fechou um acordo “marco” com um sindicato britânico para representar seus 70.000 motoristas no Reino Unido, depois que uma decisão judicial concedeu a eles direitos trabalhistas.

Sob o pacto, o Uber garantiu a seus motoristas britânicos o status de trabalhador com benefícios, incluindo um salário mínimo e férias pagas.

Em junho de 2022, o Uber também chegou a um acordo com o Sindicato Australiano dos Trabalhadores em Transportes para fornecer mais proteção a seus 100.000 motoristas e entregadores.

– Espanha pioneira na ‘rider law’ –

A Espanha foi o primeiro país a regulamentar o status das pessoas que entregam comida de bicicleta ou patinete.

A “Lei Rider” de agosto de 2021 determinou que eles fossem tratados como empregados, e não autônomos.

Deliveroo retirou-se da Espanha logo depois.

Em fevereiro de 2023, os holofotes se voltaram para a Amazon, com uma decisão do tribunal do trabalho que mais de 2.000 pessoas que usam seus próprios veículos para entregar pacotes para a empresa deveriam ser colocadas na folha de pagamento da empresa.

– França reprime –

A suprema corte da França decidiu em março de 2020 que o contrato entre a Uber e seus 28.000 motoristas no país é um contrato de trabalho.

Dois anos depois, um tribunal de Paris multou a Deliveroo em 375.000 euros (US$ 405.000) por “trabalho não declarado”, dizendo que seus passageiros autônomos deveriam ser classificados como empregados.

A Deliveroo apelou da decisão.

– Lucros menores na Itália –

Em dezembro de 2021, as empresas de entrega de alimentos na Itália concordaram em gastar milhões para melhorar as condições de seus 20.000 passageiros para evitar multas de 730 milhões de euros.

No entanto, a maioria dos passageiros ainda é considerada contratante independente, e apenas uma pequena proporção de passageiros Just Eat são contratados com contratos que lhes dão direito ao salário mínimo.

– Pontuação de plataformas na Bélgica –

Embora decisões recentes tenham favorecido amplamente os trabalhadores, também houve vitórias do outro lado.

Na Bélgica, duas decisões judiciais desde 2021 confirmaram a alegação da Deliveroo e da Uber de que seus passageiros e motoristas são contratados independentes, não funcionários.

Ambas as sentenças foram apeladas.

– Impulsionar em toda a UE –

Em dezembro de 2021, a Comissão Europeia divulgou uma proposta para ajudar cerca de cinco milhões de trabalhadores de plataformas em seus 27 estados membros a determinar seu status de emprego.

Os critérios incluem se um aplicativo determina os níveis de pagamento dos trabalhadores, exige sua aparência ou restringe sua capacidade de recusar empregos.

O projeto de regras foi aprovado pelos legisladores europeus em fevereiro, mas ainda não foi aprovado pelos Estados membros.

– Califórnia –

Em 2021, o governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, bloqueou uma regra promulgada pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que teria impedido freelancers de exigir salário mínimo ou horas extras, sinalizando uma possível vantagem para a proteção dos trabalhadores.

A Califórnia tem estado no centro da batalha entre plataformas e legisladores.

Em 2019, o estado votou para reconhecer os trabalhadores da economia informal como empregados, mas gigantes digitais, incluindo Uber e Lyft, financiaram um referendo que efetivamente o derrubou um ano depois, em um movimento confirmado por um tribunal de apelações esta semana.

– Brasil combate o ‘trabalho escravo’ –

O presidente de esquerda do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, declarou que trabalhar para empresas como Uber, empresa de táxi 99, serviços de entrega de comida iFood e Rappi “beira o trabalho escravo” e prometeu reformas.

Em São Paulo, o governo lançou um concorrente do Uber que começará a operar neste mês e dará aos motoristas uma porcentagem maior dos lucros.

– A China entra na luta –

O Ministério dos Transportes da China em dezembro de 2021 pediu a resposta do país ao Uber, Didi e outras plataformas para melhorar as condições e salários de seus trabalhadores.

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