brasilia,ATUALIZADO: 7 de março de 2023 08:42 IST
por ReutersO ministro da Justiça do Brasil, Flavio Dino, ordenou na segunda-feira que a polícia investigue uma suposta tentativa de trazer joias não declaradas, um presente de US$ 3,2 milhões da Arábia Saudita, para o ex-presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro.
O colar, anel, relógio e brincos de diamantes que o governo saudita deu a Bolsonaro e à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro foram apreendidos por funcionários da alfândega no aeroporto internacional de São Paulo em outubro de 2021.
As joias de luxo, da suíça Chopard, foram encontradas na mochila de um assessor do governo que viajou a Riad com o então ministro da Energia, almirante Bento Albuquerque.
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A embaixada saudita não respondeu a um pedido de comentário na época.
Bolsonaro, que partiu para os Estados Unidos dois dias antes de seu mandato terminar em dezembro sem admitir a derrota em sua candidatura à reeleição, negou qualquer irregularidade, mas seu sucessor de esquerda, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pediu uma investigação. Um ministro do gabinete chamou isso de “contrabando”.
A investigação pode aumentar as responsabilidades legais que Bolsonaro enfrenta quando retornar ao Brasil, desde investigações sobre a incitação de protestos violentos de seus apoiadores depois que ele deixou o cargo até críticas ao sistema de votação eletrônica do Brasil.
Os brasileiros podem trazer US$ 1.000 em mercadorias ou presentes e pagar impostos pesados sobre qualquer coisa acima desse valor.
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Os críticos de Bolsonaro disseram que presentes para o presidente pertencem ao estado e deveriam ir para uma coleção presidencial. Não está claro qual era a intenção dos Bolsonaros neste caso.
Dino ordenou que a Polícia Federal investigasse relatos da imprensa de que se tratava de uma tentativa de “entrar em joias que seriam entregues ao ex-presidente sem cumprir os trâmites legais” e poderia configurar crime previsto no Código Penal.
O jornal Folha de S.Paulo noticiou neste domingo que um segundo pacote com itens da Chopard presenteados pelo governo saudita, incluindo uma caneta, abotoaduras, um anel e um rosário, estava na bagagem de outro integrante da delegação de Albuquerque. encontrados pelos funcionários da alfândega.
A Receita Federal do Brasil também disse na segunda-feira que vai investigar se as leis alfandegárias foram cumpridas para o segundo pacote de joias entrar no país. Ele disse que presentes para um presidente e sua esposa deveriam ser propriedade do Estado.
Em seu único comentário público sobre as joias, Bolsonaro disse estar sendo “crucificado” por um presente que nunca pediu e nunca recebeu.
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