Último ataque de Lula ao Banco Central do Brasil pesa nos mercados

BRASILIA, 3 feb (Reuters) – Una nueva ola de críticas del presidente de Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, y su gabinete contra el banco central pesaron el viernes en los mercados financieros, que también se tambalearon por datos de empleo sorprendentemente sólidos en Estados Unidos.

Lula retomou a repressão ao Banco Central em entrevista à televisão na quinta-feira, na qual sugeriu uma revisão da autonomia formal da instituição até o término do mandato do presidente do banco, Roberto Campos Neto, em dezembro de 2024.

Esses comentários vieram um dia depois que o banco central disse que poderia manter as taxas de juros em uma alta de seis anos por mais tempo do que os mercados esperam por causa dos riscos fiscais sob Lula.

Rafaela Vitória, economista-chefe do Banco Inter, disse que as críticas do presidente assustaram os investidores porque reduziram a credibilidade da política monetária, que é vista como sujeita a crescente interferência política.

“A experiência de interferência na política monetária, tanto da nossa história quanto de exemplos de outros países, mostra que seu efeito pode ser ainda mais negativo para a inflação, desancorando expectativas e gerando mais pressão inflacionária”, afirmou.

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O dólar subiu 1,8% em relação ao real brasileiro, também impulsionado por dados surpreendentemente fortes de emprego nos EUA. Os contratos futuros de taxas de juros do Brasil também subiram mais de 1% nos vencimentos longos e curtos. O índice de ações de referência do Brasil, Bovespa, caiu 0,5% (.BVSP).

Analistas disseram que os comentários de Lula estavam pesando sobre os preços dos ativos, sem nenhuma melhora à vista, já que o presidente de esquerda reiterou que “a questão dos juros” está na ordem do dia.

Lula também sugeriu que o país buscasse um “padrão brasileiro” para a inflação em vez do europeu.

Separadamente, sua ministra da Ciência, Luciana Santos, disse em evento com estudantes na quinta-feira que o banco central precisa reduzir os juros para estimular a economia, sugerindo que o governo está buscando mobilizar sua base para a agenda.

“E vamos ter que garantir isso na rua: juros mais baixos para retomar o crescimento do país”, afirmou.

“Acho que a insistência nesse discurso contra o banco central e suas metas de inflação pode ser um ponto de virada negativo significativo para o país”, escreveu Dan Kaya, diretor de investimentos da TAG Investimentos, em nota aos clientes.

O banco central reafirmou em seu comunicado de política na quarta-feira “seu compromisso de estabelecer uma política monetária para cumprir os objetivos”, no que muitos interpretaram como uma mensagem de oposição a possíveis mudanças nas metas oficiais de inflação.

A intereconomista Vitória destacou que o Brasil tem a maior taxa de juros real do mundo. Ainda assim, ele disse que foi em grande parte devido a preocupações fiscais depois que Lula aprovou um pacote de gastos que ultrapassou um limite constitucional sem propor outra regra orçamentária.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, revelou planos para reduzir pela metade o déficit orçamentário estimado para este ano, que foram recebidos com ceticismo por economistas privados. Haddad também adotou um tom mais brando com o banco central, embora ainda reclame da alta taxa básica de juros como um “obstáculo” aos planos do governo.

Reportagem de Marcela Ayres; Reportagem adicional de Luana Maria Benedito em São Paulo; Editado por Brad Haynes, Alistair Bell e Jonathan Oatis

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