Amazônia brasileira deve ser protegida para cumprir meta climática global, diz enviado dos EUA

BRASÍLIA, 28 Fev (Reuters) – O mundo não pode cumprir sua meta climática de limitar o aumento da temperatura global a 1,5 grau Celsius a menos que proteja a floresta amazônica, disse o enviado climático John Kerry no Brasil nesta terça-feira, enquanto discutia o possível financiamento dos Estados Unidos para a conservação da floresta.

O novo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, assumiu o cargo em 1º de janeiro, impulsionando a cooperação com os Estados Unidos sobre mudanças climáticas e desmatamento após relações difíceis sob seu antecessor de direita, Jair Bolsonaro. O desmatamento atingiu uma alta de 15 anos sob Bolsonaro, que revogou as proteções ambientais.

Lula e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, prometeram trabalhar juntos nas mudanças climáticas em uma reunião na Casa Branca no início deste mês. Em relação ao desmatamento, Washington anunciou sua intenção de contribuir com o Fundo Amazônia Brasileira, que apóia projetos de conservação na região da selva.

“A verdade é que, a menos que a Amazônia seja protegida daqueles que a desmatam e abusam dela, não podemos manter a temperatura em 1,5 grau (Celsius)”, disse Kerry, referindo-se à meta climática do Acordo de Paris.

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“A realidade é que a Amazônia é o teste de toda a nossa humanidade.”

Proteger a Amazônia é vital para conter as mudanças climáticas devido à grande quantidade de gases de efeito estufa absorvida por suas árvores.

Aparecendo ao lado da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, Kerry disse a repórteres em Brasília que viajou ao Brasil para acertar os detalhes do que Lula e Biden concordaram.

Ele disse que os Estados Unidos ainda estão considerando quanto doar ao Fundo Amazônia.

Kerry disse que o Senado dos EUA está considerando um projeto de lei com US$ 4,5 bilhões em financiamento para a conservação florestal, enquanto a Câmara dos Representantes está considerando uma proposta com US$ 9 bilhões.

Mas, disse Kerry, o governo “terá que lutar” para que essas propostas sejam aprovadas pelo Congresso.

Kerry e Silva disseram que os Estados Unidos e o Brasil reiniciaram um grupo de trabalho bilateral estabelecido em 2015 para discutir a cooperação sobre clima e meio ambiente, que havia parado no governo Bolsonaro.

Silva disse que discutiu com Kerry a possibilidade de abrir os Estados Unidos para produtos de origem mais sustentável do Brasil.

Reportagem de Jake Spring em São Paulo e Lisandra Parguassu e Anthony Boadle em Brasília; Editado por Aurora Ellis

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