Jovens ativistas lideram a luta contra o fascismo no Brasil

Assim como Graça, Bozzi afirma que as pessoas devem ser responsabilizadas por danos à democracia brasileira. “Não podemos permitir que a anistia seja distribuída aos culpados, como aconteceu durante o ditadura militar [from the 1960s to the 1980s]”, disse ela. “Não podemos esquecer nossa história e aqueles que não estão mais conosco. E afinal, quem mandou matar Bruno, Dom e Marielle? Bozzi se refere a uma série de assassinatos que, segundo muitos, tiveram motivações políticas Marielle Franco foi uma política, socióloga, feminista, socialista e ativista dos direitos humanos brasileira que ele foi violentamente assassinado em 2018. O jornalista freelance britânico Dom Phillips e o ativista indígena brasileiro Bruno Pereira foram assassinados ano passado durante uma viagem de reportagem para o livro do primeiro, Como salvar a Amazônia.

Juan Pablo Chavier, 25, faz parte do coletivo antifascista organizado Coringão Antifa, grupo de torcedores do Corinthians que se organizou para defender a democracia, principalmente nas ruas de São Paulo. Além de protestar contra o fascismo nas ruas, Chavier acredita que é essencial educar as pessoas sobre o fascismo e suas consequências, que podem se espalhar por gerações. “Temos que falar com a população sobre o fascismo e suas bandeiras vermelhas, suas mentiras, voltar ao básico, conversar e abraçar os trabalhadores e deixá-los saber das consequências do fascismo para seus filhos e netos”, disse ele. “Devemos sair às ruas e estar disponíveis para falar com o povo e desmobilizar estes grupos fascistas com aquilo que mais odeiam: os factos.”

Esses jovens ativistas antifascistas continuam uma longa tradição de ativismo juvenil que busca proteger os valores democráticos brasileiros desde o fim da ditadura em 1985. “A juventude brasileira sempre esteve envolvida em movimentos antifascistas”, disse o historiador e professor da Universidade de São Paulo. ativista antifascista Danilo Pássaro. “Foram os movimentos juvenis que desafiaram a ditadura, foram os movimentos juvenis que construíram os partidos de esquerda e os que articularam uma ampla coalizão para lutar contra o fascismo em um período de autoritarismo.”

Segundo Pássaro, o primeiro protesto em massa contra o governo Bolsonaro em 2019 foi organizado por movimentos juvenis, que marcharam contra os cortes orçamentários na educação em 222 cidades do Brasil. “Os jovens no Brasil estão bem informados e acho que isso é resultado das boas políticas educacionais implantadas nos governos Lula anteriores”, disse Pássaro. “E a radicalização que ocorreu durante o governo Bolsonaro criou um senso de urgência em nossa juventude, um senso de urgência pelo futuro que eles querem e pelo país que eles querem.”

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