O policial Claiton Marciano dos Santos, preso neste sábado (25) após matar um homem com tiros na parte de trás na parte oriental de Saint Paul, disse em depoimento que “ele não está muito acostumado à pistola” que recebeu “cerca de 15 ou 20 dias atrás” e que “os eventos ocorreram muito rapidamente”. Ele trabalha na polícia militar há 24 anos. Nesta segunda-feira (27), a prisão em ato do primeiro-ministro se transformou em detenção preventiva por tempo indeterminado.
Imagens de câmeras de segurança mostram que Claiton está a pé perseguindo a motocicleta dirigida por Nadson Igor de Miranda, acusada de roubar o veículo horas antes. O primeiro-ministro dá dois tiros. O primeiro tiro ocorre quando a bicicleta já está parada e a vítima sai do veículo, ainda com as mãos no guidão. Alguns minutos depois, vários veículos da Polícia Militar apareceram. Toda a ação acontece ao lado do muro da 2ª Companhia do 29º Batalhão de Polícia de SP.
Nadson veio em socorro, mas morreu horas depois no Hospital Tide Setúbal, também na Zona Leste. Segundo o boletim de ocorrência, ele foi baleado duas vezes, uma nas costas e outra no peito.
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De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), Nadson estava dirigindo uma motocicleta que havia sido roubada horas antes e foi reconhecida pelo proprietário da motocicleta como o autor do roubo. No entanto, o o pai do jovem diz “ele pediu uma bicicleta para passear” e “deixe andar”. Ainda de acordo com a polícia, Nadson tinha passagens criminais por roubo e posse ilegal de uma arma.
Fontes da Polícia Civil dizem que os investigadores já consideram o caso praticamente encerrado. Isso ocorre porque o primeiro-ministro disse, em depoimento, que a vítima “jogou a motocicleta na polícia e começou a atirar nele, quando a polícia respondeu à ameaça”, mas a Polícia Civil diz que o as imagens da câmera de segurança que capturaram a ação diferem da versão policial.
O caso está sendo investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção Pessoal (DHPP). A Polícia Militar também abriu uma Investigação da Polícia Militar (MIP) para investigar a morte.
O pai do motociclista morto a tiros por um policial militar Ele disse que seu filho não roubou a bicicleta e que ele pediu para “dar uma volta” nela. na madrugada de sábado (25) na Zona Leste de São Paulo.
“Eles chegaram lá, ele tinha essa bicicleta, ele pediu para a bicicleta dar um passeio. Eles o deixaram andar de bicicleta ”, disse o pai de Nadson na segunda-feira (27). Seu nome e rosto não foram revelados por razões de segurança.
“Eles disseram que ele levou a bicicleta para passear e a polícia começou a chegar, a polícia fugiu da polícia porque ele não estava qualificado. Ele fugiu da polícia e, naquela perseguição, quando ele parou, eles atiraram nele ”, disse o pai de Nadson.
“A bicicleta dele foi roubada? Ok, mas ele não estava armado, apenas prendê-lo. É isso que a polícia tem que fazer. Prender, não matar.”
‘Chocante e inaceitável’
Para o Ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo, Elizeu Soares Lopes, “a imagem do policial atirando por trás é chocante e inaceitável”.
“O Provedor de Justiça estabelecerá um procedimento para acompanhar as investigações dos organismos competentes. Solicitaremos que a Promotoria também supervisione o caso”, afirmou o Provedor de Justiça. G1.
“São imagens que demonstram uma ação que não corresponde ao protocolo policial. Não podemos viver com justiça em um estado completamente democrático”.
Para Elizeu Soares Lopes, deve haver confiança do público nas ações da polícia e situações como essa afetam esse relacionamento.
“É necessário que a polícia confie na população e que a população confie na polícia. Não pode haver dúvida ou suspeita da população sobre a atividade policial”.
Policial é pego no local na Zona Leste depois de matar um homem em uma motocicleta enquanto se aproximava
Mortes cometidas pelo primeiro-ministro de SP crescem no estado
O número de pessoas mortas pela polícia militar no estado de São Paulo cresceu 21% no primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período de 2019, segundo dados do Ministério da Segurança Pública (SSP).
Havia 435 pessoas mortas por parlamentares de plantão este ano, em comparação com 358 no ano passado. O número de policiais vítimas também aumentou. Em 2019, havia 56 e agora existem 63.
Para o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, a quantidade de fatalidades policiais no estado é grave.
“A violência não resolve o problema da segurança pública. O que resolve é a inteligência, o que resolve é o profissionalismo. Porque quando você atira, a polícia está em risco e a sociedade também está em risco … isso deve ficar muito claro na mente das pessoas “, diz o pesquisador Rafael Alcadipani.
Para o secretário executivo da Polícia Militar, coronel Álvaro Camilo, os números são justificados pelo aumento da vigilância policial no estado. “A polícia chega quando o crime está acontecendo, então, na pronta resposta, quando o crime chega, às vezes leva ao confronto. E a polícia de São Paulo está bem preparada para esse confronto “, afirma.