O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva chegou à Argentina para uma cúpula em que os dois países trabalharão para fortalecer os laços comerciais.
A chegada de Lula na segunda-feira ocorreu depois que ele e o líder argentino Alberto Fernández publicaram um artigo conjunto dizendo que seu objetivo de maior integração econômica incluía estudos sobre uma moeda sul-americana comum.
O ministro da Fazenda do Brasil, Fernando Haddad, minimizou a ideia de uma moeda única compartilhada entre Argentina e Brasil, dizendo no final do domingo que os países estavam procurando maneiras de estimular o comércio bilateral, mas não extinguir suas próprias moedas.
Haddad, que levantou a possibilidade de uma moeda comum em um artigo no ano passado, disse que remover as barreiras comerciais entre as duas maiores economias da América do Sul pode significar o uso de uma moeda única para o comércio, dada a falta de dólares. Mas isso não significa o fim do real brasileiro, disse.
“O comércio está muito ruim e o problema é justamente a moeda estrangeira, né? Então, estamos tentando encontrar uma solução, algo em comum que possa fazer o comércio crescer”, disse Haddad a repórteres ao chegar a Buenos Aires.
Haddad dijo que el comercio de Argentina con Brasil había sufrido debido a la falta de dólares en el vecino del sur, donde una crisis económica ha dejado al gobierno luchando para reponer las reservas de divisas, con una tasa de inflación de casi el 100 por ciento o ano passado.
Haddad disse que a Argentina é um grande comprador de bens industriais brasileiros e que “várias possibilidades” estão sendo consideradas para superar seus problemas cambiais, embora nenhuma decisão tenha sido tomada.
Questionado se poderia detalhar a questão da moeda, Haddad confirmou que esclarecerá o assunto nos próximos dias, “principalmente porque algumas pessoas dizem que o real vai acabar”.
O Brasil é o maior parceiro comercial da Argentina, segundo dados oficiais divulgados na semana passada pelo Instituto Nacional de Estatística INDEC.
O Brasil é o principal destino das exportações argentinas, com 14,3% e 12,7 bilhões de dólares em 2022.
Cerca de 20 por cento das importações da Argentina vêm do Brasil, no valor de pouco mais de US$ 16 bilhões no ano passado.
“A Argentina é o país mais importante em nossas relações diplomáticas”, disse à AFP Feliciano de Sá Guimarães, diretor acadêmico do Centro Brasileiro de Relações Diplomáticas.
Da mesma forma, o governo Fernández “depende muito do Brasil”, especialmente em suas negociações com o Fundo Monetário Internacional (FMI), com o qual a Argentina tem uma dívida de 44 bilhões de dólares.
Mais cedo neste domingo, Lula e Fernández disseram em artigo publicado no site argentino Perfil que iriam “avançar nas discussões sobre uma moeda sul-americana comum que possa ser usada tanto para fluxos financeiros quanto comerciais”.
O Financial Times havia relatado anteriormente, citando o ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, que as nações vizinhas anunciariam esta semana que estavam iniciando os trabalhos preparatórios para uma moeda comum.
Brasil e Argentina assinarão um acordo bilateral para criar um fundo de garantia para estimular as exportações brasileiras, disse uma fonte do governo brasileiro à agência de notícias Reuters na segunda-feira, enquanto autoridades de ambos os governos se reuniam para uma cúpula em Buenos Aires.
Pelo acordo, a Argentina terá de dar garantias ao financiamento comercial do Brasil com liquidez internacional, disse a fonte, acrescentando que as duas maiores economias da América do Sul também formarão um grupo de trabalho para estudar a criação de uma compensação única no continente. informou a Reuters.