Lula questiona vantagens para o Brasil do Banco Central Independente

(Bloomberg) — O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, minimizou a importância de um banco central independente, abordou a meta de inflação do país e prometeu ver os manifestantes de 8 de janeiro levados à justiça em uma ampla entrevista à TV Globo nesta quarta-feira.

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“Discutiu-se muito neste país ter um banco central independente, acreditando que seria melhor”, disse Lula. “É tolice pensar que um presidente independente do banco central fará mais do que quando foi nomeado pelo presidente.”

O Banco Central do Brasil não tinha autonomia formal até ser aprovado pelo Congresso em 2021. Durante os dois primeiros mandatos de Lula, o chefe do banco, Henrique Meirelles, disse que o presidente lhe deu autonomia de fato para definir a política monetária.

Em outro ponto, Lula defendeu as medidas para elevar a meta de inflação do país e disse que seria obrigado a endurecer as condições econômicas para atingir a meta e questionou por que não colocar uma meta maior que os atuais 3% estabelecidos para 2024, citando 4,5% como uma possibilidade. .

Motins de 8 de janeiro

O presidente disse na entrevista que considera que o assalto ao palácio presidencial, ao congresso e ao prédio do Supremo Tribunal Federal em 8 de janeiro foi “o início de um golpe” e que os manifestantes agiram “de acordo com a ordem e o guia”. que Bolsonaro deu por muito tempo”.

“Sua decisão de calar a boca depois de perder a eleição, semanas e semanas sem dizer nada; sua decisão de não me dar o cinturão, de ir para Miami como se fugisse por medo de alguma coisa; e o silêncio dele, mesmo depois do que aconteceu aqui, me deu a impressão de que ele sabia de tudo o que estava acontecendo, que tinha muito a ver com o que estava acontecendo”, disse Lula.

O advogado de Bolsonaro, Frederick Wassef, não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

Lula voltou a criticar a ausência de pessoal de defesa no palácio presidencial quando os manifestantes invadiram o prédio, dizendo que queria a condenação de todos os envolvidos nos ataques, independentemente de patente ou força militar.

“Todos que encontrarmos que participaram dos eventos serão punidos”, disse ele. “Eles terão que ser afastados de suas funções e responderão ao tribunal.”

O radicalismo pode ser um dos temas do encontro que Lula pretende manter com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, no mês que vem. Mais cedo, em discurso aos sindicalistas, o dirigente brasileiro disse que viajaria aos Estados Unidos no dia 10 de fevereiro.

Lula disse à TV Globo que a extrema direita existe em todo o mundo e que é preciso impedir a volta do fascismo.

–Com a ajuda de Beatriz Reis e Simone Iglesias.

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