O presidente Luiz Inácio Lula da Silva demitiu o embaixador do Brasil em Israel em um movimento que marca uma mudança na política do país sul-americano em relação ao regime de ocupação.
A exoneração do general Gerson Menandro Garcia de Freitas foi assinada terça-feira pelo ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, em uma das primeiras grandes medidas tomadas pelo recém-eleito presidente do país desde que assumiu o cargo.
Freitas, ex-general do exército brasileiro, foi nomeado em setembro de 2020 como embaixador nos territórios ocupados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, em uma ação criticada por defensores palestinos no país.
O ex-chefe do comando militar do palácio presidencial também chefiou a área de Relações Institucionais e Governamentais da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) antes de ser nomeado embaixador.
Acredita-se que ele tenha desempenhado um papel fundamental no aprofundamento das relações entre seu país e o regime de Tel Aviv durante a era Bolsonaro, o que também levou o ex-presidente a anunciar sua intenção de mudar a embaixada brasileira de Tel Aviv para al-Whats.
Bolsonaro adotou uma abordagem diferente nas relações com Tel Aviv, afastando-se das políticas de seus antecessores de esquerda, que muitos vincularam a seus laços estreitos com os Estados Unidos e o lobby pró-Israel em Washington.
Em 2019, ele anunciou planos de transferir a embaixada do país para al-Quds e reconheceu a reivindicação do regime israelense à cidade. Mais tarde, ele reverteu sua decisão de realocar a embaixada, abrindo uma missão comercial em al-Quds que irritou os palestinos.
Segundo reportagem do jornal Globo, o embaixador destituído “teve participação na decisão de que os representantes do Brasil na ONU não votaram a favor da proposta palestina de obter o parecer da Corte Internacional de Justiça sobre a ocupação israelense dos territórios palestinos “. territórios”.
A nomeação do ex-general como embaixador fez parte da mudança de política do governo Bolsonaro para aproximar o Brasil do regime israelense.
Lula, que tomou posse em 1º de janeiro, reafirmou o apoio de seu país à causa palestina e prometeu reverter as medidas de seu antecessor.
Falando em sua cerimônia de posse, ele reafirmou seu compromisso de apoiar a causa palestina e o compromisso de seu país com os direitos do povo palestino.