Nova administração brasileira sinaliza política ambiental apesar da agitação pública – Mudanças Climáticas

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Luiz Inácio Lula da Silva assumiu o cargo em 1º de janeiro após ser eleito para um terceiro mandato em uma disputa acirrada e acirrada. Em seu primeiro dia de mandato, Lula assinou um pacote de decretos, incluindo sete relacionados à proteção ambiental. Lula venceu por pouco o voto popular, recebendo 50,90% sobre seu rival, o ex-presidente Jair Bolsonaro. Em 8 de janeiro, grandes multidões de partidários radicalizados de Bolsonaro invadiram o Congresso Brasileiro em Brasília e vandalizaram as câmaras legislativas, o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto. As cenas lembram os tumultos de 6 de janeiro de 2021 no prédio do Capitólio dos Estados Unidos em Washington DC. Esses eventos recentes no Brasil destacam alguns dos desafios que Lula enfrenta na implementação de sua ambiciosa agenda climática.

Como nós temos relatado anteriormente, Lula destacou a restauração das proteções ambientais como uma das principais prioridades do novo governo durante sua campanha eleitoral e seu discurso pós-eleitoral na COP27. Durante seu discurso inaugural, ele prometeu entregar desmatamento zero na Amazônia e 100% de eletricidade renovável.

Em 29 de dezembro de 2022, Lula nomeou a ex-ministra do Meio Ambiente e ativista Marina Silva para chefiar seu Ministério do Meio Ambiente. Em 4 de janeiro de 2023, Marina Silva anunciou mudanças significativas na estrutura do Ministério do Meio Ambiente em um sinal dos rumos futuros da política. O Ministério agora incluirá uma renovada Secretaria de Mudanças Climáticas, um recém-criado Departamento de Proteção dos Direitos dos Animais, uma Secretaria de Bioeconomia e uma Secretaria Extraordinária de Controle do Desmatamento. Órgãos federais, incluindo o Serviço Florestal Brasileiro e a Agência Nacional de Água e Saneamento Básico, estão novamente sob o controle do Ministério. Silva também anunciou a criação de uma nova Autoridade Nacional de Segurança Climática até março de 2023, citando os atuais níveis de desmatamento e o desfinanciamento de agências federais de proteção ambiental pela administração anterior. Para fiscalizar e apoiar a política ambiental, o governo pretende criar um Conselho de Mudanças Climáticas, presidido pelo próprio Lula, com a participação de todos os ministérios do governo. Em outro grande desenvolvimento, o presidente Lula restabeleceu o corpo diretivo do Fundo Amazônia de US$ 1,2 bilhão após um período de inatividade de três anos, com o objetivo de proteger a maior floresta tropical do mundo. Durante o governo Bolsonaro, os doadores Alemanha e Noruega suspenderam seus repasses ao fundo. O Fundo, que foi criado inicialmente em 2008, durante o segundo mandato presidencial de Lula, apóia inúmeros projetos de conservação na Amazônia.

Tirando a temperatura: Durante seu primeiro mandato, de 2003 a 2008, Marina Silva conseguiu reduzir o desmatamento na Amazônia, mas entrou em choque com figuras influentes do setor do agronegócio e com Lula, o que acabou levando-a a renunciar. Ela é vista como uma ambientalista profundamente comprometida que se opõe ao desmatamento, mas foi criticada por sua inflexibilidade e ineficiência. Ela também herda um aparato de controle ambiental destruído pelos cortes orçamentários de Bolsonaro. As reformas anunciadas em 4 de janeiro são ambiciosas e, se concretizadas, posicionarão o Brasil como líder na política ambiental global em grande parte em linha com os acordos recentes da COP27 e COP15. Os investidores internacionais receberam bem essas reformas, e esses investidores serão cruciais para o sucesso desses esforços, uma vez que o governo Lula está operando sob severas restrições orçamentárias e com uma legislatura sem apoio. Como discutimos acima, há efeitos adversos potencialmente significativos de longo prazo na economia do Brasil como resultado do desmatamento da Amazônia, e proteger a Amazônia, por sua vez, é crucial para os esforços para lidar com o aumento das temperaturas e o desmatamento em todo o mundo. Como afirmou Lula na COP27, “não há segurança climática para o mundo sem uma Amazônia protegida”.

O conteúdo deste artigo destina-se a fornecer um guia geral sobre o assunto. Aconselhamento especializado deve ser procurado de acordo com suas circunstâncias específicas.

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