China aumenta importações de milho e outros produtos agrícolas do Brasil

Colheita mecanizada de milho em andamento em Tongliao em 13 de outubro de 2022. Foto: Xinhua

Colheita mecanizada de milho em andamento em Tongliao em 13 de outubro de 2022. Foto: Xinhua

A China importou milho do Brasil via graneleiro pela primeira vez no sábado, marcando o lançamento oficial de um corredor para o Brasil embarcar milho para a segunda maior economia do mundo, segundo a agência de notícias Xinhua.

O frete marítimo ajudará a China a diversificar as fontes de importação de milho em um momento em que suas relações com os EUA, normalmente um grande exportador de milho para a China, são cada vez mais incertas, disseram especialistas.

De acordo com a Xinhua, um navio transportando 68.000 toneladas de milho importado do Brasil pela COFCO Corp atracou em um porto na província de Guangdong, no sul da China, no sábado. O milho logo será transportado para empresas domésticas de ração depois de passar pela inspeção e quarentena.

O relatório citou um executivo da COFCO dizendo que a empresa continuaria a refinar os procedimentos de importação para obter uma oferta normalizada de milho brasileiro, bem como participar ativamente da cooperação agrícola internacional.

A China dependeu principalmente dos EUA e da Ucrânia para importar milho nos últimos anos, mas esses canais de importação tornaram-se frágeis devido às tensas relações EUA-China e à eclosão do conflito Rússia-EUA.

Segundo dados fornecidos ao Global Times por Ma Wenfeng, analista sênior da Beijing Orient Agribusiness Consultancy, a China importou cerca de 28 milhões de toneladas de milho em 2021, dos quais cerca de 70% foram importados dos EUA, enquanto 26% foram importados do Ucrânia.

Ma disse que a China não está importando muito milho do Brasil por uma série de razões, incluindo a China já comprando a maior parte da soja do Brasil e outros países fornecendo milho mais barato.

No entanto, a demanda por milho brasileiro aumentou à medida que a China aumenta seus esforços para diversificar as fontes de importação de alimentos. De acordo com um relatório da Bloomberg de outubro, cerca de 45 instalações próprias foram pré-aprovadas pelo Brasil para exportar para a China, incluindo Bunge e Cargill.

Segundo o relatório da Xinhua, o Brasil é o terceiro maior produtor de milho e o segundo maior exportador de milho do mundo. A abertura do canal para que o milho brasileiro seja embarcado para a China pode moldar um cenário diversificado de importação de milho no qual a América do Norte, a América do Sul e a região do Mar Negro se complementam e equilibram melhor as flutuações sazonais e regionais.

Hoje, a COFCO estabeleceu um corredor alimentar estável entre os principais produtores de grãos do mundo e os mercados emergentes da Ásia, incluindo a rede que conecta o Sudeste Asiático, América do Norte e do Sul, Austrália, região do Mar Negro e outras áreas. A empresa já investiu mais de 2,3 bilhões de dólares no Brasil, segundo o relatório da Xinhua.

Ma também observou que a China deve impulsionar a produção agrícola e aumentar a produtividade agrícola em casa, incentivando as áreas rurais a diversificar seus produtos agrícolas.

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