Da dança à desolação: a decepção de Neymar na Copa do Mundo

“Às vezes a bola sai errada”, Tite deu de ombros, casualmente. “Isso pode acontecer no futebol. Respeito o resultado.”

Ele aceitou, após um recorde de seis anos e meio no cargo, que sua carreira havia acabado. “Já passei por um ciclo de Copa do Mundo e há outros profissionais que podem me substituir”, afirmou. De repente, ele olhou para todos os seus 61 anos, a efervescência escoou de seu corpo. Quão dramaticamente os ritmos deste torneio podem ser alterados. Apenas quatro dias antes, tinha sido realizando jigs de alegria após cada um dos quatro gols do Brasil no primeiro tempo contra a Coreia do Sul. Agora, ele estava pálido, mal compreendendo a derrota para um time que só havia vencido uma vez no regulamento aqui no Catar, contra o Canadá.

“Entendo toda a dor, todas as críticas”, ele reconheceu, enquanto os repórteres brasileiros uivavam de indignação com o mais irritante dos transtornos.

O meio-campo supera o ataque, sempre

A verdade é que seus vibrantes craques tiveram sua criatividade sufocada pelos incansáveis ​​meio-campistas croatas, com Luka Modric como técnico principal. Foi a prova da máxima, propagada pelo técnico croata Zlatko Dalic, de que um ótimo meio-campo sempre neutraliza um grande ataque. Você sentiu, quando Tite foi forçado a retirar Raphinha e Richarlison no segundo tempo, que ele estava começando a perder o controle.

Naturalmente, com Neymar envolvido, o Brasil ainda pode forçar o avanço. Ele provou isso com sua deslumbrante obra de arte na prorrogação, quando o 77º gol pelas cores nacionais igualou a marca de Pelé. Mas onde Pelé continua sendo o único jogador a erguer a Copa do Mundo três vezes, Neymar é assombrado pela possibilidade de que, aos 30 anos, ele não o fará. Uma saída das oitavas de final não era o que ele imaginava quando viu outdoors dele colados em todos os arranha-céus de Doha. Pelo contrário, sua passagem pelo Catar foi um catálogo de traumas. Primeiro veio a lesão no tornozelo que o tirou de dois dos três jogos da fase de grupos, depois esse pesadelo de um final, que pode levar uma vida inteira para esquecer.

Neymar adquiriu memórias inestimáveis ​​com o Brasil, incluindo a medalha de ouro olímpica que conquistou nos Jogos do Rio de Janeiro de 2016, onde cobrou o quinto pênalti. Esse deveria ser seu papel novamente: o superastro que ganha as manchetes e se lança para matar. Mas mesmo equipes desse tipo podem subestimar a Croácia por sua conta e risco. A segunda falha de Rodrygo, que havia optado por uma rodada anterior desnecessariamente longa, a equação foi terrível contra um time invicto na disputa de pênaltis da Copa do Mundo. A neurose passou por eles, o pobre Marquinhos resolvendo o resultado antes que Neymar entrasse na festa.

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