O aplicativo cria um mapa que informa as famílias sobre os locais de doação de alimentos.

Mapa do aplicativo RAH com os pólos de ações de solidariedade nos arredores de São Paulo (Reprodução / RAH)

O RAH, um aplicativo desenvolvido pela Rede de Apoio Humanitário dentro e a partir das Periféricas, conecta famílias e doações por meio da geolocalização de pólos de ações de solidariedade distribuídas nas periferias mais afetadas pela pandemia de coronavírus na cidade de São Paulo. Paulo.

Por Tamires Rodrigues

O aplicativo RAH (disponível para Android) É uma resposta de Rede de apoio humanitário dentro e fora abordar as desigualdades sociais que aumentaram em larga escala nas periferias de São Paulo devido à coronavírus nos territórios

Com um mapa de mais de 70 locais espalhados pela cidade, incluindo as regiões Norte, Sul, Leste e Oeste, as famílias em condições de vulnerabilidade social podem acessar doações de alimentos e higiene e produtos de limpeza, conectando-se a centros. mapeados, representados por associações comunitárias, templos religiosos, organizações sociais e coletivos culturais.

Antes da pandemia, esses polos de ações socioculturais já tinham a função de combater as desigualdades sociais em seus territórios, mas com a chegada da covid-19 nas periferias, essa missão precisou de atenção adicional para atender às necessidades dos moradores afetados por diferentes caminhos para a crise em andamento no Brasil.

Envolvidos no processo de preparação do inscrição, o coordenador comunitário Jesus do Santos, 35 anos, que mora no parque Edu Chaves, no norte de São Paulo, diz que o covid-19 apenas abriu a realidade de quem mora nas periferias. Percebendo o alcance do problema, ele entendeu que a construção de uma rede de suporte digital seria a melhor estratégia para unir forças de diferentes territórios para arrecadar fundos e distribuir doações a residentes registrados. Portanto, o aplicativo cumpre a missão de reunir os necessitados e os que lutam para reduzir os impactos das desigualdades.

“Não conseguiremos lidar com tudo e, com o aplicativo, as pessoas podem ter maior mobilidade, podem se organizar. Foi isso que nos motivou: o desconforto que nos acordou”, diz Santos.

No aplicativo RAH, o mapa de georreferenciamento desempenha um papel estratégico neste momento de distância social. “Reforçamos a proposta de aproximar doadores e doadores de locais de vulnerabilidade e risco social”, diz ele.

Santos acredita que a utilidade do aplicativo não se limita a esse momento de pandemia. “Esta é uma ferramenta não só por enquanto, mas por muito tempo em nossa sociedade”. Sem esperança de melhorias futuras, ele entende que o aplicativo ainda precisa ser aprimorado, pois, segundo ele, a rede terá que ser ainda mais forte e o aplicativo também. “A ideia é que possamos expandir as campanhas que a rede desenvolveu.”

Polo descoberto perto de casa com o aplicativo

Centro de doações mapeado pelo RAH no norte de São Paulo (ficha pessoal)

Irani Dias, 49 anos, morador do Jardim Brasil, nos arredores do norte, é ativista de direitos humanos, ativo nos territórios de Vila Sabrina, Jardim Brasil, Vila Zilda e Lauzane Paulista. Ela é uma das colaboradoras de Almem (Associação da Luta por Moradia Estrela da Manhã). A organização está registrada no aplicativo RAH e foi afetada pelo recebimento de doações naquele período por meio do aplicativo.

“No começo, talvez por causa da conscientização, muitas pessoas doaram. Mas acho que agora que a euforia passou, as pessoas estão relaxando mais, não estão doando tanto quanto no início”, diz Dias. Com a redução de doações, a exposição através do aplicativo é hoje uma das alternativas para se conectar com doadores e continuar ajudando as famílias atendidas pela organização.

O articulador até tentou mobilizar doações para comunicação fora do ambiente digital, mas não obteve retorno. “Eu nem recebi um quilo de sal”, lembra ele. Com a aplicação, o resultado foi diferente. “Recebemos uma doação muito simples, que a menina mobilizou com suas amigas para coletar coisas de bebê. Então ela viu a rede para doá-las e nosso contato apareceu no Jardim Brasil, o mais próximo de onde ela está”. , ele diz. Essa doação, que continha fraldas, leite, tampões e sabonetes, foi entregue a gestantes do bairro.

Dias afirma que muitos moradores da organização desconheciam seu trabalho e que, devido à aplicação, a exposição do centro de doações chegou a outros lugares que nem o articulador pode imaginar. “Essa garota, a dois quarteirões da minha casa e da associação, não conhecia o nosso trabalho.”

Embora esteja tendo um bom sucesso com o apoio do aplicativo, o coordenador da comunidade critica esse cenário, onde é necessário construir um mapa de georreferenciamento para expor uma necessidade que deve ser o centro das atenções da sociedade e das autoridades públicas. “A necessidade existe, é como a violência: você coloca uma lupa nos períodos em que está em evidência e depois desaparece, mas ainda existe lá”, diz ele.

Inteligência de dados e periferia

Atualmente, a Rede de Apoio Humanitário dentro e fora das Periféricas possui um grupo de trabalho focado no desenvolvimento de tecnologias. O desenvolvedor do aplicativo e um dos organizadores desse grupo é Gilmar Cintra, 31 anos, morador de Brasilândia, nos arredores da parte norte de São Paulo. Ele é programador e estudante de Engenharia da Computação na Univesp (Universidade Virtual do Estado de São Paulo).

Cintra diz que a tecnologia é como um instrumento para gerar transformação social. E foi a partir desse objetivo que ele codificou as idéias da rede, estruturou e organizou o Dados. A fase de desenvolvimento pela qual a aplicação passou foi a fase de prototipagem, desenvolvimento de propostas, testes e desenvolvimento. “Estamos trabalhando em outra versão, com melhorias que facilitam [o uso] e tem mais informações sobre a rede “, diz ele.

Segundo o desenvolvedor, uma de suas maiores dificuldades ao codificar idéias da rede era capturar os dados. Ele acredita que a periferia possui uma grande lacuna de dados estruturados para trabalhar. “Aqui na periferia é muito difícil resolver problemas devido à simples falta de dados, porque quando você tem os dados, é possível mapear as coisas e saber onde cobrar do governo. Com a falta desses dados, tudo se torna muito mais difícil”, diz ele.

“Quando comecei a desenvolver o aplicativo, queria que a maneira de manter e editar as informações fosse fácil, então pensei em por que não usar uma planilha on-line da Google para fazer isso, compartilho a planilha com quem tem acesso administrativo para poder editar esses dados e tudo “, afirma.

Mas, para explicar como os centros de doadores e receptores se encontrariam, a Cintra estabeleceu uma estratégia computacional para reter informações. Automatizou uma planilha do Google, que contém informações básicas sobre os polos, e a partir da direção de cada polo preparou o mapa, procurando a longitude e latitude dos locais, tornando a planilha a maior fonte de informações para o inscrição.

Segundo o desenvolvedor, a proposta da solução é ser mais do que um aplicativo móvel, mas também uma plataforma com a capacidade de explorar uma grande quantidade de dados para mapear e conectar diferentes centros em São Paulo, aos quais todos podem acessar usando tecnologias simples. .

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