Apoiadores do presidente de extrema-direita do Brasil, Jair Bolsonaro, tentaram atacar a sede da Polícia Federal em Brasília na segunda-feira.
A tensão aumentou depois que a polícia prendeu um líder indígena pró-Bolsonaro.
Bolsonaro foi derrotado nas eleições do mês passado por seu rival de esquerda, Luiz Inácio Lula da Silva, mas alguns de seus apoiadores se recusam a admitir a derrota do presidente.
Eles incendiaram vários veículos e bloquearam várias estradas, disse a polícia.
A polícia disse que os manifestantes “tentaram invadir” o prédio da Polícia Federal, onde José Acácio Serere Xavante estava detido.
O desembargador Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou a detenção do líder indígena por 10 dias por “presumíveis atos antidemocráticos”.
Segundo os procuradores, José Acácio Serere Xavante teria “tentativo incitar o povo a tentar abolir o Estado de Direito e impedir a posse do presidente e vice-presidente eleitos”.
Os procuradores não deram detalhes sobre como a liderança indígena teria tentado impedir a passagem do poder, marcada para 1º de janeiro.
Serere Xavante postou um vídeo de sua prisão conclamando as pessoas que se aglomeraram em frente à sede da polícia a “abster-se de participar de conflitos, brigas ou confrontos” com a polícia.
“O que infelizmente aconteceu, a destruição de viaturas e o ataque ao quartel da polícia, não pode continuar”, acrescentou.
A polícia disparou gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar os manifestantes. Os bombeiros disseram que cinco ônibus e oito carros pegaram fogo. Várias estradas importantes permaneceram fechadas na manhã de terça-feira.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, disse que o “vandalismo” foi provocado por “uma minoria enfurecida”.
O incidente ocorreu logo depois que a comissão eleitoral do Brasil certificou Luiz Inácio Lula da Silva como o vencedor oficial da eleição presidencial de outubro.
Bolsonaro ainda não admitiu a derrota, mas um desafio apresentado por seu partido foi rejeitado.
A comissão também rejeitou acusações infundadas de apoiadores de Bolsonaro de que a vitória eleitoral de Lula havia sido fraudulenta.
Lula, que venceu o segundo turno por uma margem de 1,8 ponto percentual no mês passado, disse em um discurso emocionado que a democracia venceu apesar das tentativas do presidente Bolsonaro de desacreditar o sistema eleitoral.