O dia é 30 de dezembro de 2019. Um comece A empresa canadense que trabalha com a previsão e o monitoramento de surtos de doenças envia um alerta aos clientes sobre o que se tornaria o maior evento para a humanidade desde a Segunda Guerra Mundial: a pandemia de coronavírus.
O evento em si seria extraordinário, ou seja, seria o primeiro sinal de alerta da crise que experimentaríamos em escala global meses antes de começar. Mas dois elementos tornam essa descoberta ainda mais surpreendente: o BlueDot, empresa responsável pela conquista, atingiu essa previsão nove dias antes do anúncio da Organização Mundial da Saúde (OMS). E o mais interessante: para isso, ele teve o trabalho de um inteligência artificial.
O uso da inteligência artificial tem sido diversificado e cada vez mais intenso nos últimos anos. Eu já falei sobre o assunto por aqui, destacando como a IA, como também é conhecida, deixou o mundo da ficção científica e da imaginação coletiva para ocupar cada vez mais nossas vidas diárias, transformando a maneira como nos relacionamos com a tecnologia e também expandindo o potencial dessa inteligência artificial pode nos trazer.
Aliás, a inteligência artificial “não é mais nada”: Um processo no qual as máquinas podem desenvolver o aprendizado com a análise de grandes volumes de Dados. Ao entender os padrões existentes, eles podem reproduzir ações como seres humanos, criar inteligência a partir de informações e fazer previsões com base em observações do presente, assim como o BlueDot.
Porém, com o agravamento da crise causada pela pandemia, o uso da inteligência artificial começou a se intensificar e hoje foi adotado nas mais diversas frentes, tanto para produzir relatórios médicos precisos quanto para realizar auditorias de compras públicas que levaram a no país. contexto pandêmico
Para onde olhamos, a inteligência artificial tem sido um aliado importante. E é importante entender suas aplicações, resultados e os cuidados que devemos garantir para seu uso futuro.
Inteligência artificial contra covid-19
A inteligência artificial há muito desperta o medo de transformar o ser humano em uma figura obsoleta. Esse medo, de fato, está muito presente: o impacto na criação de empregos e as implicações éticas são os principais medos de quase 14 mil participantes estude realizada pela consultoria BCG.
Mas a verdade é que estamos cercados por soluções baseadas em IA há muito tempo. No contexto da pandemia de coronavírus, seu uso nos permite alcançar um fator crucial na luta contra um problema de saúde pública e em escala global: a velocidade e a precisão das respostas.
A inteligência artificial “se alimenta” da enorme quantidade de dados produzidos diariamente, a cada segundo e sem parar. Com um algoritmo específico, você pode “extrair” essas informações para identificar padrões. Foi exatamente o que aconteceu no caso da BlueDots: usando dados de companhias aéreas, instituições de saúde e telefones inteligentes, a empresa conseguiu seguir o caminho das pessoas que estavam na região de Wuhan (China), epicentro da pandemia. Ao fazer esse monitoramento, entender o destino das pessoas e considerar a janela de 14 dias, eles previram quais lugares seriam mais afetados.
E BlueDot foi apenas o começo. O uso da inteligência artificial para combater o coronavírus tem sido exponencial. A tecnologia está presente, por exemplo, para apoiar a análise do crescente número de artigos científicos e de pesquisa produzidos sobre o assunto, conforme prometido. CovidScholar, uma ferramenta criada por Laboratório Nacional Lawrence Berkeley do Departamento de Energia dos Estados Unidos.
A empresa chinesa Alibaba, por sua vez, desenvolveu um algoritmo que promete diagnosticar casos covid-19 com precisão de 96% da análise do exame como radiografia. Um ativo valioso quando o número de testes disponíveis ainda é insuficiente.
No Brasil, esse movimento também vem ocorrendo com grande intensidade. Ai está robôs sendo usado para esterilizar ambientes, realizar cuidados básicos e também realizar triagem de pacientes, como no caso de Duplo Robôs, implementados no Hospital das Clínicas de São Paulo.
Os drones também foram adotados como estratégia, seja para transportar equipamentos médicos, mas também para limpar vias públicas, como é o caso de experiência de Porto Alegre
E a IA também está sendo usada em áreas não convencionais, como controle de contas públicas: a tecnologia foi aplicada por Tribunal Federal de Contas (TCU) monitorar as compras realizadas durante o período de calamidade pública, quando não é necessário realizar o processo de licitação, e foi essencial identificar, corrigir e evitar o uso indevido de recursos.
A IA também está presente no trabalho de startups. A Colab, uma das organizações aceleradas pelo BrazilLAB, juntamente com a Epitrack, desenvolveu o Brasil sem coroa, uma plataforma de monitoramento de doenças baseada em informações compartilhadas pelos usuários a partir de seus telefones celulares.
ELE Portal médico, uma startup brasileira, desenvolveu um algoritmo capaz de analisar tomografia computadorizada ou raios-X e identificar se o paciente contraiu covid-19, com 95% de precisão.
Ainda entre as tecnologias da saúde, o brasileiro Dr. wilson, obteve informações sobre os cuidados e a prevenção contra o coronavírus, um chatbot que já realizou mais de 153 mil conversas.
Embora pareça que os humanos estejam apoiando todo esse processo, é exatamente o oposto: a inteligência artificial torna nosso trabalho mais eficiente, fornecendo informações precisas e indicando caminhos que podem ser melhor investigados e compreendidos.
Por exemplo, apontando para padrões que indicam uma doença, ilumina esse caminho e permite que pessoas (pesquisadores, analistas, empresas, governos) continuem investigando. Como eu disse aqui, a inteligência artificial nos torna mais humanos e também mais necessários.
A inteligência artificial nunca foi usada de maneira tão intensa e variada. Demonstrou como pode ser um recurso adaptável e aplicável às mais diferentes condições e desafios. Os problemas relacionados ao seu uso ético e responsável ainda permanecem, é verdade, mas não há mais dúvidas sobre seu potencial de apoiar a humanidade em tempos de grandes desafios e crises, e além deles também.