Conheça o engenheiro brasileiro que navega em tampinhas de garrafa de plástico

SCENES destaca jovens de todo o mundo que estão quebrando barreiras e criando mudanças. Curtas-metragens focados em personagens irão inspirar e surpreender enquanto esses jovens transformadores contam suas histórias extraordinárias.

À medida que o sol nasce no Rio de Janeiro, um grupo de jovens skatistas ziguezagueiam por um labirinto de vielas estreitas. Seus skates são feitos de tampas de garrafa de plástico recicladas coletadas e fabricadas nas extensas favelas da cidade.

Arian Rayegani, um engenheiro canadense, criou uma solução ecologicamente correta para ajudar a aliviar o problema do lixo no México. Fundou a Na Laje Designs em 2020 e uniu sua paixão por skate e reciclagem.

“A ideia surgiu quando eu tinha como objetivo reciclar meu lixo plástico doméstico e comecei a experimentar e encontrar maneiras de reciclá-lo. Isso era mais um hobby”, explica Arian. “Depois que entendi como reciclar, usando ferramentas e instrumentos básicos, quis fazer um produto útil”, acrescenta.

Desde a sua criação, sua iniciativa criou mais de 100 skates usando mais de 50.000 tampas de garrafas de plástico descartadas. Os skates são feitos à mão na oficina de Arian na Rocinha, a maior favela do Brasil. Cada placa é cuidadosamente trabalhada e leva quase três horas para ser concluída.

moldando o plástico

Arian conta que cada skate é único e que o processo de produção é artístico e artesanal. “Todo o processo começa quando recebemos o plástico. Separamos por categorias e cores e lavamos. Depois de lavadas, amassamos e depois vão para o molde”, conta Arian ao Scenes.

O molde então vai para um grande forno de pizza, onde o plástico picado é derretido no formato da tábua. Depois de dez minutos, outra camada de plástico é colocada por cima. Este processo deve ser repetido de seis a sete vezes para preencher o molde.

“Prensamos e esperamos até que o molde esfrie. Cortamos as bordas para deixá-las bonitas e limpas. Depois colocamos os caminhões e as rodas”, explica Arian. “Depois disso, temos um skate completo”, acrescenta.

‘Nossos skates são feitos para passear.’

O skate é popular no Rio de Janeiro, especialmente entre a geração mais jovem. Os jovens podem ser vistos fazendo manobras e saltos de skate por toda a cidade. Os skates de Arian, no entanto, são um tipo de prancha conhecido como “cruiser”.

“Nossos skates são feitos para passear e andar rápido na estrada. Não é tanto para fazer truques”, diz ele. Os skates vêm em tamanhos diferentes para atender todas as faixas etárias.

Poluição plástica no Brasil

O Brasil é o quarto maior produtor mundial de poluição plástica, e grande parte dessa poluição se acumula nas favelas do país. Segundo a Associação Brasileira de Limpeza Pública, mais de dois milhões de toneladas de plástico descartado vão parar nos rios e mares do país a cada ano. Este material residual danifica o frágil ecossistema oceânico e põe em perigo a vida marinha.

Biólogos no Rio de Janeiro que estudam a presença de plástico nas águas costeiras do Brasil descobriram que a poluição por plástico é pior do que eles temiam. A vida marinha retirada das áreas circundantes contém plástico no interior.

‘trabalho pioneiro’

As criações únicas e coloridas de Arian geram renda para comunidades carentes da Rocinha. Sua empresa se associou à Família Na Mesa, ONG que todo mês entrega cestas básicas para 200 famílias carentes da região.

“O Na Laje Designs é muito inovador. Acho que é um trabalho pioneiro dentro do Rio de Janeiro. Muitas vezes, tampas de garrafas caem nos rios, fazendo com que a água escoe de forma errada e causando enchentes. Elas contaminam as praias que frequentamos”, diz Marcelo Queiroz Dos Santos. , fundador da família Na Mesa.

O descarte inadequado de resíduos plásticos é um problema sério no Brasil. O Rio de Janeiro tem mais lixo do que as autoridades locais podem lidar sozinhas. Arian quer expandir seu novo empreendimento nas favelas vizinhas da cidade para ajudar a limpar sua comunidade.

“Queremos ser um exemplo para as crianças e outras empresas mostrarem que podem usar resíduos de plástico e outros resíduos para ter uma economia mais circular. Também permite que as pessoas pratiquem esportes e sejam mais ativas”, diz Arian. “No Rio de Janeiro há muitos problemas, mas também há muitas soluções”, acrescenta.

O objetivo de Arian é aumentar a conscientização pública sobre o problema da poluição plástica nas favelas do Brasil. Ele quer inspirar pessoas e comunidades a agir, estabelecer hábitos ecologicamente corretos e viver de forma sustentável.

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