KOCHI, Índia, 28 de novembro (Reuters) – Mais de 80 pessoas ficaram feridas no sul da Índia quando moradores que interromperam a construção de um porto de US$ 900 milhões entraram em confronto com a polícia, a mais recente escalada de um protesto de meses travado por uma comunidade de pescadores em grande parte cristã contra pesca asiática. homem mais rico
Os protestos são uma grande dor de cabeça para a empresa de portos e logística de Gautam Adani, de US$ 23 bilhões, que foi forçada a parar de trabalhar no porto marítimo de Vizhinjam, que está ganhando negócios com rivais em Dubai, Cingapura e Sri Lanka.
No entanto, a construção foi interrompida por mais de três meses depois que os moradores bloquearam a entrada do local, culpando o porto por causar erosão costeira e privá-los de seus meios de subsistência.
No fim de semana, a polícia prendeu vários manifestantes depois que eles bloquearam a entrada dos veículos de construção de Adani no porto, apesar de uma ordem judicial para a retomada da construção.
As prisões levaram centenas de manifestantes, liderados por padres católicos romanos, a marchar até a delegacia, entrar em confronto com funcionários e danificar veículos, de acordo com documentos da polícia e imagens da televisão local.
O chefe da polícia local, Ajith Kumar, disse à Reuters que 36 policiais ficaram feridos nos confrontos. Joseph Johnson, um dos líderes do protesto, disse que pelo menos 46 manifestantes também ficaram feridos.
Localizado no extremo sul da Índia, o porto busca se conectar com as lucrativas rotas comerciais Leste-Oeste, aumentando o alcance global do negócio liderado pelo bilionário Adani, classificado pela Forbes como o terceiro homem mais rico do mundo.
Quando questionado sobre o último protesto, o Adani Group não comentou imediatamente. A empresa disse que o porto cumpre todas as leis e citou estudos que mostram que não está ligado à erosão costeira. O governo do estado também disse que qualquer erosão foi devido a causas naturais.
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Os protestos continuaram, apesar das repetidas ordens do tribunal superior do estado de Kerala para permitir o início da construção. Em geral, a polícia não está disposta a agir, temendo que isso desencadeie tensões sociais e religiosas.
Nos últimos confrontos, documentos da polícia dizem que os manifestantes “chegaram com armas letais e invadiram a delegacia e fizeram a polícia como refém, ameaçando que, se não libertassem os detidos, incendiariam a delegacia”. Eugine H. Pereira, vigário geral da arquidiocese e líder do protesto, disse que a polícia jogou pedras contra os manifestantes.
Os protestos no porto lembram a reação adversa que Adani enfrentou na Austrália por causa de sua mina de carvão Carmichael. Lá, ativistas preocupados com as emissões de carbono e danos à Grande Barreira de Corais forçaram Adani a reduzir as metas de produção e atrasaram o primeiro carregamento de carvão da mina em seis anos.
Escrito por Aditya Kalra; Editado por Clarence Fernandez e Miral Fahmy
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