Veja 9 pontos para entender o cerco de contas do Facebook vinculado a Bolsonaro 07/07/2020

A remoção de páginas do Facebook de pessoas próximas ao presidente Jair Bolsonaro, seus filhos e políticos do PSL, anunciadas pela rede social na última quarta-feira (9), é resultado de uma investigação com ajuda externa e uma tentativa da empresa de ser “bem” na fita “após pressão dos anunciantes.

Os relatórios divulgados pelo Facebook e pelas empresas associadas da operação revelam detalhes importantes da remoção de 73 contas, 14 páginas e um grupo vinculado a Bolsonaro, tanto na rede social quanto no Instagram. Ela varia da tática de focar no comportamento, e não no conteúdo, defendendo assim sua posição de não censura, a ação coordenada para apagar redes semelhantes em outros países.

O contexto também é importante. Sob pressão de ativistas e anunciantes, o Facebook tentou mostrar mais serviços para impedir que suas plataformas sejam usadas para manipular a opinião pública. Isso inclui até ações recentes do WhatsApp contra empresas de courier.

Baixa, Inclinação Você selecionou os principais fatos que precisa entender sobre o caso:

1 – Ajuda externa

A derrubada é o resultado de uma investigação no Facebook, mas foi baseada em ajuda externa. Em um post no Twitter, Nathaniel Gleicher, chefe de políticas de seguridade social, agradeceu nominalmente duas empresas por sua ajuda: o Atlantic Council, por meio de seu Laboratório de Pesquisa Digital Forense, e outra chamada Graphika.

Segundo Gleicher, as empresas fizeram “análises independentes” dos fatos encontrados pelo Facebook. No total, quatro redes foram descartadas pelo mundo e cada empresa realizou a análise de duas.

O Conselho Atlântico é uma organização internacional que tem como um de seus braços o laboratório que analisa casos de desinformação. Ele foi encarregado de realizar análises na rede brasileira e em outras voltadas para países da América Latina.

A Graphika, por outro lado, que se define como “cartógrafos da era da Internet” e mantém parcerias com várias universidades, focadas nas redes norte-americanas e ucranianas.

Ainda na investigação, o Facebook afirma ter encontrado a atividade como parte de sua própria investigação, além dos fatos relatados pela imprensa e mencionados em depoimentos no Congresso Brasileiro: há um CPMI de notícias falsas em andamento. O relatório do UOL, por exemplo, havia revelado a conexão de um funcionário de Eduardo Bolsonaro (PSL) com páginas da rede social.

2 – O objetivo era comportamento, não conteúdo

Segundo o Facebook, o objetivo das ações era “o comportamento, não o conteúdo” das páginas. Essa explicação serve para que a rede social tente imediatamente refutar os argumentos de que a operação alcançou liberdade de expressão e teve vieses, justificativa para algumas pessoas afetadas pela remoção.

O conceito usado pelo Facebook para desacreditar redes implica em “comportamento inautêntico coordenado”. Essa expressão é definida pelo uso de várias contas do Facebook ou Instagram que trabalham juntas para enganar as pessoas ou o Facebook nos seguintes tópicos:

  • identidade, motivo ou origem da entidade que representam
  • popularidade de conteúdo ou páginas no Facebook e Instagram
  • fonte ou fonte de conteúdo
  • enganar a aplicação das regras de mídia social

O uso de contas falsas é um fator central nessas operações, de acordo com o Facebook.

Essa rede consistia em vários conjuntos de atividades conectadas que eram baseadas em uma combinação de contas duplicadas e falsas, algumas das quais foram detectadas e desativadas por nossos sistemas automatizados, para evitar a vigilância, criar pessoas fictícias se passando por repórteres, publicar conteúdo e gerenciar páginas disfarçadas de mídia
Facebook

3 – O Facebook tenta permanecer “direto na esteira”

A divulgação da investigação é um momento importante para o Facebook. A rede social está sob pressão para mostrar serviço e combater desinformação em suas plataformas.

Aqui, o Senado aprovou recentemente o Fake News PL, que agora aguarda discussão pela Câmara. Empresas de tecnologia e ativistas da Internet discordam de várias partes do texto, que foram desidratadas antes da aprovação final para responder a parte das críticas.

Mas a maior pressão contra o Facebook é internacional e pode afetar onde dói mais: o bolso. Inúmeras empresas em todo o mundo, incluindo gigantes como Coca-Cola, Adidas, Unilever e Ford, organizou um boicote contra a rede social -Promovido por Pare o movimento Ódio pelo Lucro (“pare de lucrar com o ódio”, em tradução gratuita) – até que você demonstre ações concretas para mitigar os danos causados ​​pelo site à sociedade.

Uma reunião foi realizada nesta semana entre os organizadores do boicote e o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg. Mas uma das organizações ele disse “muito decepcionado” com o conversação, por pensar que o Facebook continua se recusando a “ser responsável perante seus usuários, anunciantes e sociedade em geral”.

Tudo isso acontece às vésperas das eleições presidenciais nos Estados Unidos. Em 2016, a desinformação no Facebook foi considerada um fator importante na eleição do republicano Donald Trump. O mesmo aconteceu no Brasil em 2018, com WhatsApp como o principal vetor. A aprovação do Brexit também teve um forte impacto nas mídias sociais.

O grupo do Facebook agiu de forma mais eficaz para conter os abusos em suas plataformas. Acordo Inclinação Exclusivamente, nos últimos dias, o WhatsApp processou a Yacows e a Sallapp, duas empresas de mensagens em massa, por usarem a identidade visual e o nome do WhatsApp sem autorização. Depois, retirou as contas do PT (Partido dos Trabalhadores) por meio de mensagens automáticas.

4 – Os brasileiros citados

Os políticos citados pelo Facebook na investigação são:

  • Presidente Jair Bolsonaro (PSL)
  • Senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ)
  • Deputado Federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP)
  • Representante estadual Alana Moraes (PSL-RJ)
  • Representante Estadual Anderson Moraes (PSL-RJ)

Segundo a rede social, não há evidências de que os políticos estejam diretamente envolvidos com as páginas, mas que eles sabiam de sua existência.

As páginas eram dirigidas por membros dos escritórios dos políticos. Eles são nomeados pelo Laboratório de Investigação Forense Digital da atlântico adendo as seguintes pessoas:

  • Tércio Arnaud Tomaz – assessor especial da Presidência e vinculado ao escritório de Jair Bolsonaro
  • Eduardo Guimarães – assessor do deputado Eduardo Bolsonaro
  • Paulo “Chuchu” Eduardo Lopes – Secretário Parlamentar do Deputado Eduardo Bolsonaro
  • Leonardo “Bolsoneas” Rodrigues – influência bolonarista até recentemente ligada ao escritório de Alana Moraes
  • Vanessa Navarro – funcionária do escritório de Anderson Moraes
  • Jonathan Bennetti – Associado ao Vice-Coronel Estadual Nishikawa (PSL-SP)

5 – Vários países foram atacados

Além do Brasil, outras três redes foram divididas em todo o mundo:

  • No Canadá e no Equador, uma rede direcionou ações externas na América Latina em países como El Salvador, Argentina, Uruguai, Venezuela, Equador e Chile. A operação foi desencadeada em torno de eventos cívicos, como eleições.
  • Na Ucrânia, a rede de ações domésticas e entre seus conteúdos foram discursos de ódio. Segundo o Facebook, a rede esteve ativa nas eleições presidenciais e parlamentares de 2019, com memes políticos, sátiras e outros conteúdos sobre Crimeia, OTAN, política econômica na Ucrânia, política nacional e eventos como eleições, críticas e apoio a vários candidatos. . como Volodymyr Zelensky (atual presidente), Yulia Tymoshenko (ex-primeiro-ministro) e Petro Poroshenko (presidente de 2014 a 2019).
  • Nos Estados Unidos, foram usadas contas falsas que simulavam residentes da Flórida. Eles postaram e comentaram sobre seu próprio conteúdo, tentaram evitar a aplicação das políticas do Facebook e gerenciaram páginas, incluindo uma com links para o Proud Boys, um grupo de ódio proibido em 2018. As páginas também compraram gostos e seguidores.

6 – Aliado de Trump citado

A operação nos EUA tem um ex-aliado do presidente Donald Trump citado: Roger Stone, que é considerado um dos principais conselheiros do presidente.

A rede social removeu 50 contas pessoais e profissionais conectadas ao Stone. O Facebook observa que sua investigação encontrou conexões com Stone e seus associados.

Em novembro passado, Stone foi condenado por obstruir uma investigação no Congresso e prestar juramento aos investigadores. Você pode ir para a prisão ainda este mês.

7 – Não foi a primeira vez

Esta não é a primeira ação do Facebook. De fato, a rede social tende a fazer anúncios mensais sobre ações contra contas falsas na rede social, uma das quais resultou no encerramento de bilhões de contas em todo o mundo.

Certamente, desta vez, o impacto é maior porque vincula pessoas vinculadas a importantes figuras políticas, além de interromper estratégias de desinformação sustentada nas redes sociais.

Ainda assim, ocorreu o tempo de inatividade da rede em países como Estados Unidos, Rússia, Ucrânia e Turquia, entre outros. No Brasil, uma rede vinculada ao MBL (Movimento Brasil Livre), que participou ativamente do impeachment de Dilma Rousseff (PT), também sofreu ações semelhantes em 2018, antes das eleições presidenciais vencidas por Bolsonaro.

8 – Reação nacional

A presença de figuras importantes da política brasileira na operação do Facebook provocou uma reação nacional. ELE PSOL perguntou ao STF dados de pesquisa a serem incluídos na pesquisa liderada pelo Ministro das Finanças STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes sobre notícias falsas.

O ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, por sua vez, celebrou a ação do Facebook e disse que esse era um dos objetivos da desinformação organizada pela rede bolsonarista.

Depois que o caso foi publicado no Facebook, o relator do Fake News CPMI no Congresso Lídice da Mata (PSB-BA) disse que a remoção “não é surpreendente”. Para ela, pesquisas indicam que a desinformação pode ter influenciado as eleições de 2018.

“Entendemos que as plataformas se unem a todos aqueles que lutam pela liberdade de expressão, mas também pela responsabilidade nas redes, para combater a desinformação e contra discursos difamatórios e que espalham o ódio por todo o país”, afirmou o deputado. em uma nota.

9 – O que dizem os bolonaristas

Em nota, o senador Flávio Bolsonaro disse que “de acordo com o relatório do Facebook, é impossível avaliar que tipo de perfil foi banido e se a plataforma excedeu ou não os limites da censura. Julgamentos que não permitem o adversário e A defesa ampla não corresponde à nossa democracia, são armas que podem destruir reputações e vidas “.

O congressista Anderson Moraes observou que seu perfil verificado não foi excluído ou bloqueado, mas uma conta “real” de uma pessoa em seu escritório foi excluída. Ele chamou a remoção de “absurda e autorizada”. Ele também observou que a ação é contra “liberdade de expressão e princípios democráticos”.

A representante do estado Alana Passos disse que o Facebook não a notificou sobre irregularidades ou violações das regras de sua conta, que “são verificadas e usadas para divulgar meu papel como membro do parlamento e de posições políticas”. Em relação aos perfis das pessoas que trabalhavam no meu escritório, o MP disse: “Não posso responder pelo conteúdo publicado. Nenhum funcionário bloqueou a rede devido a uma suposta irregularidade”.

O PSL respondeu que os políticos mencionados “na prática já deixaram o PSL há alguns meses com a intenção de criar outro partido”. [o Aliança pelo Brasil] e que “o próprio PSL tem sido um dos principais alvos das notícias falsas oferecidas por esse grupo”. Além disso, a parte não teria removido as contas.

Procurado, o conselho do presidente Jair Bolsonaro não respondeu. Também foi feito contato com o escritório de Eduardo Bolsonaro, que não atendia ligações nem respondia e-mails. Mas em seu Twitter, ele afirmou na quarta-feira à noite que o Facebook “vender a liberdade dos conservadores por dinheiro”, referindo-se ao recente boicote publicitário de grandes empresas que aderiram ao “Stop Hate For Profit”.

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