Máquina de spam eleitoral, Yacows evita Justiça para demitir WhatsApp – 02/07/2020

Duas empresas responsáveis ​​pelo envio de mensagens em massa via WhatsApp descobriram maneiras de vender pacotes de disparo automático mesmo depois que as decisões judiciais o impediram. Uma delas, banido desde abrilEle continua a atender no telefone antigo e até enviou um catálogo de preços para o relatório.

O Yacows e o SallApp foram processados ​​pelo WhatsApp, que obteve decisões preliminares para removê-los da estrutura de mensagens. O serviço, no entanto, continua a funcionar. Advogados consultados por Inclinação eles vêem evidências de desobediência judicial.

O desempenho dessas empresas ganhou importância após a revelação de que os serviços de mensagens em massa por meio do WhatsApp foram usados ​​na campanha eleitoral de 2018. Em outubro de 2018, na véspera do segundo turno das eleições, o relatório de Twitter teve acesso aos dados do serviço de mensagens em massa de Yacows e revelou que os sistemas foram utilizados pela campanha do então candidato Jair Bolsonaro (na época, no PSL) e também pela campanha de Fernando Haddad (candidato do PT, derrotado no segundo turno). Uma série de relatórios investigativos resultantes do acesso a dados neste sistema foi o vencedor da primeira edição do UOL Content Grand Prix.

Antes, também em outubro de 2018, um relatório da “Folha de S.Paulo” havia revelado que o serviço foi contratado por apoiadores do presidente, não oficialmente – motivo para questionar o ingresso presidencial Jair Bolsonaro e Hamilton Mourão nos processos de Justiça Eleitoral. O esquema violaria a lei, envolvendo financiamento comercial em doações não declaradas à campanha.

O WhatsApp, por sua vez, mudou quando viu que sua plataforma estava sendo usada como um campo aberto para distribuir notícias falsas e levar à justiça algumas das “máquinas de spam”. A primeira decisão favorável veio em abril, quando a Yacows foi forçada a parar de “desenvolver, distribuir, promover, operar, vender e oferecer serviços de mensagens em massa através do WhatsApp”. A decisão também se aplica à Kiplix, Deep Marketing e Maut, outras marcas da empresa.

Spamming não é proibido no Brasil, motivo pelo qual o WhatsApp acusou as empresas de usarem sua identidade e nome visual sem autorização. Ele também argumentou que o tiroteio prejudicou seus termos de uso. Juiz Eduardo Palma, do 2º. Tribunal de Negócios e Conflitos de Arbitragem do Tribunal de Justiça de São Paulo, aceitos. A decisão foi contestada, mas o mandato não foi revogado, portanto permanece válido.

Na terça-feira (23), um relatório chamado Yacows usando o telefone no site da empresa e constatou que continua atendendo novos e antigos clientes.

“Agora é o fluxo de mensagens”, explicou o assistente, identificado como Carolina, quando perguntado se o telefone pertencia a Yacows.

Depois que o relatório negou ter uma conta aberta, ela logo se ofereceu para abrir uma nova e continuou a explicar a oferta.

“Os pacotes mínimos são 5.000 créditos, R $ 0,12 por remessa, o valor é R $ 600. Trabalhamos com volume. Quanto maior a quantidade, menor o valor. Mensagem de texto Cobro crédito, mensagem com anexos, Como vídeo, áudio ou imagem, cobro dois créditos “, afirmou. Esta era a mesma maneira de agir como Yacows.

Lista de preços da empresa de mensagens de massa pelo WhatsApp vetada pela Justiça para agir - Reprodução - Reprodução

Lista de preços da empresa de mensagens em massa do WhatsApp vetada por Justice para agir

Imagem: Reprodução

Em seguida, ele enviou um menu com vários planos para o WhatsApp no ​​relatório: o mais caro, com 1 milhão de fotos, cobra R $ 0,062 por remessa, totalizando R $ 62.000.

Ele mencionou que o pagamento poderia ser por cartão de crédito ou transferência bancária para uma empresa não mencionada acima, a Unifour Marketing.

Quando perguntado sobre o fato incomum de o relatório chamar uma empresa, ele descobriu que havia mudado de nome e faria o pagamento a terceiros, o assistente disse que Message Flow é o nome elegante da Unifour, que comprou a Yacows.

Aberto 22 dias após a decisão judicial que proibia Yacows de agir, a Unifour tem Andressa Campo Ferreira como proprietária e parceira. Entrando em contato com a Tilt, o proprietário da empresa confirmou que era um ex-funcionário da Yacows e repetiu a história de que a Unifour comprou a Yacows.

“O Message Flow comprou a Yacows, Bulk Service, e hoje está em meu nome. Fiz a operação em massa para mim, porque já entendi e decidi continuar.”

Bulk Services é o nome da plataforma criada pela Yacows para gerar mensagens massivas e compartilhada com outras três empresas que também são proibidas de agir por decisão de abril: Kiplix, Deep Marketing e Maut Desenvolvimento.

Não há documentos na Junta Comercial que demonstrem que a transação foi feita. Questionado, Ferreira não explicou por que continua oferecendo tiroteios em massa ou como uma empresa com capital de R $ 5.000 pode incorporar outra, com capital de R $ 100.000. O advogado de Yacows foi contatado, mas ainda não retornou aos seus contatos. Depois de ser questionada sobre como ela estava mantendo a operação, apesar de uma decisão judicial impedindo a operação, a empresária encerrou a conversa.

O site do Message Flow, também em nome de Ferreira e registrado menos de uma semana após a proibição do tribunal, é uma cópia deliberada da página de mensagens em massa. As coisas se repetem em ambos, como:

  • Chamadas: “carregue sua lista de contatos ou compre uma lista segmentada e crie as campanhas de marketing certas”;
  • Certificados de competência, mesmo que o fluxo de mensagens tenha menos de dois meses: “somente se você já executou mais de 700 mil campanhas, você pode garantir isso!”;
  • E até depoimentos de clientes satisfeitos com o serviço: “O fluxo em massa / mensagem é a ferramenta que nos permitiu ter uma interação mais eficaz com nossos clientes, pois nos permite estabelecer relacionamentos por meio de mensagens, aumentando assim a eficácia da comunicação”, relata Emanuel, um suposto franqueado Blue Fit.

As duas empresas também compartilham o número de telefone, como mostra o relatório, além da nova empresa que oferece suporte a antigos clientes da plataforma de serviços em massa.

Página de serviços massivos, plataforma criada por Yacows para ativar mensagens massivas no WhatsApp - Serviços de reprodução / serviços massivos - Serviços de reprodução / serviços massivos

Página de serviços em massa, plataforma criada pela Yacows para ativar mensagens em massa no WhatsApp

Imagem: Reprodução / Serviços a Granel

Página Fluxo de Mensagens, com trechos idênticos ao site da Yacows, empresa proibida pela Justiça de agir - Reprodução / MessageFlow.com.br - Reprodução / MessageFlow.com.br

Página de fluxo de mensagens, com trechos idênticos ao site da Yacows, empresa proibida pela Justiça de agir

Imagem: Reprodução / MessageFlow.com.br

De acordo com os especialistas consultados pela InclinaçãoHá fortes indícios de que a empresa foi criada para fugir à justiça. “Você pode chamar isso de simulação ou fraude processual, mas também de fraude de mercado”, diz Luciano Bresciani, sócio da Rennó, Penteado, Reis e Sampaio.

Esse movimento, ele diz, pode até atrapalhar outras investigações, já que Yacows é uma figura carimbada no CPMI Fake News, que decorre no Congresso. Para o advogado, pode ser um caso de “confusão patrimonial”, em que a infraestrutura, os parceiros, o modo de trabalhar, o conhecimento e os funcionários de uma empresa são compartilhados com uma segunda empresa, para escapar de uma restrição judicial.

“Existe uma transferência de clientela e modo de operação. Isso aplicado a outra empresa, somado ao direito de usar a plataforma, pode indicar uma continuidade das atividades comerciais “.

Segundo André Bruni, especialista em direito processual e sócio da Bruni e Advogados, as evidências que apontam para um vínculo entre a nova empresa e o acusado são: o mesmo telefone, o mesmo software usado, a pessoa que administra e controla o novo A empresa anterior estava conectada e, o mais forte, os serviços são exatamente os mesmos.

“Como as quatro empresas estão sofrendo os efeitos da decisão judicial, aparentemente há uma tentativa de desviar, de não cumprir a decisão judicial através de uma seção transversal, de uma maneira que foi construída para que o novo CNPJ não estivesse sob esse decisão judicial “, explicou.

Inclinação Ele descobriu que o WhatsApp está considerando levar o caso a tribunal. No caso SallApp, impedido de operar em março, o aplicativo já havia notado a violação e notificado o juiz. Ele pediu ao TJ-SP em abril que o site do infrator não estivesse disponível e que ela pagasse R $ 20.000 por dia por desobediência. O juiz Palma considerou o pedido excessivo e fixou a multa diária em R $ 5.000, com limite máximo de R $ 200.000.

Ir a tribunal era uma estratégia de aplicação depois de recorrer a outras soluções para conter a disseminação de notícias falsas em sua aplicação. Nesta linha, o WhatsApp:

  • começou a detectar contas suspeitas de comportamento e suspendeu-as;
  • reduziu o número de encaminhamentos (de 20 para 5 e apenas um, para mensagens altamente encaminhadas)
  • e deu aos usuários mais controle sobre quais grupos eles podem ser incluídos

Nada disso parece ter tido efeito, já que o WhatsApp foi a tribunal com o argumento de que as “máquinas de spam” violavam seus termos de uso. Como esse uso não é ilegal, o aplicativo argumentou que as empresas estavam trabalhando na exploração de sua propriedade intelectual sem autorização.

Justiça_whatsapp - Reprodução / Tribunal de Justiça de São Paulo - Reprodução / Tribunal de Justiça de São Paulo

Reprodução de uma decisão judicial do Tribunal de Justiça de São Paulo em uma ação movida pelo WhatsApp contra a Yacows e três outras empresas.

Imagem: Reprodução / Tribunal de Justiça de São Paulo

No meio do processo, o WhatsApp também admitiu que não possui plenos poderes para desmontar as operações de tiro em massa. Isso foi observado pelo juiz em sua decisão, que destacou a limitação técnica:

“Há indícios de que os réus estão violando a limitação técnica do software do demandante [WhatsApp], permitindo que seus clientes enviem mensagens em massa a terceiros “, escreveu o juiz do TJ-SP.

O WhatsApp está prestes a obter novas armas na luta contra as mensagens em massa. No entanto, não há algoritmos mais poderosos. Acontece que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2019 proibiu o uso de tiros em massa de propaganda eleitoral. A restrição será aplicada pela primeira vez nas eleições deste ano e resultará em multa entre R $ 5.000 e R $ 30.000 para criminosos.

Outra boa notícia para o WhatsApp pode vir das polêmicas notícias falsas de PL “que a empresa desaprova. O projeto, aprovado no Senado e enviado à Câmara, visa obrigar o aplicativo a gravar o encaminhamento de mensagens e O WhatsApp considera isso para tratar todos como suspeitos e funciona como um tornozeleira eletrônica, mas também proíbe a ativação automática de mensagens em massa em aplicativos de mensagens.

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