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BUENOS AIRES (AP) – O banco central do Brasil deve manter sua taxa básica de juros em uma alta cíclica de 13,75% nesta quarta-feira e deve manter uma postura agressiva no próximo ano para moderar as expectativas de inflação, mostrou uma pesquisa da Reuters.
Seria a primeira pausa em uma campanha de ajuste que viu a taxa Selic subir um total de 1.175 pontos base desde o início de 2021, quando o Brasil já sofria de fortes dores inflacionárias que agora afetam as principais economias do mundo.
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O Comitê de Política Monetária do Banco, conhecido como Copom, deixará a Selic em 13,75%, segundo maioria de 24 dos 32 economistas consultados de 12 a 15 de setembro. Uma minoria de oito teve um aumento de 25 pontos base para 14,0%.
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Com os ganhos de preços no Brasil começando a esfriar, os formuladores de políticas não estão inclinados a seguir a abordagem mais dura do Federal Reserve dos EUA e também estão relutantes em tomar medidas potencialmente disruptivas antes das eleições presidenciais de outubro.
Mas, em tom de alerta, o presidente do banco central, Roberto Campos Neto, disse na semana passada que também não estava pensando em flexibilizar a política, pois sua prioridade continua sendo trazer a inflação para dentro das metas oficiais.
“O Copom sinalizará que manterá a Selic inalterada até agosto, mantendo um bom spread sobre as taxas internacionais e níveis vantajosos de taxas reais também”, disse Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset Management.
Os amplos spreads das taxas do país favoreceram algumas entradas de capital este ano, ajudando a apoiar a moeda local e os mercados domésticos antes das eleições do próximo mês, nas quais o presidente Jair Bolsonaro buscará um segundo mandato.
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Os preços ao consumidor brasileiro caíram em agosto pelo segundo mês consecutivo devido à queda nos custos dos combustíveis. Nos 12 meses até agosto, a inflação foi de 8,73%, abaixo dos 10,07% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.
Ainda assim, o ritmo segue bem acima da meta oficial de 3,5% para 2022. As perspectivas para o próximo ano também são duvidosas, com projeções apontando para uma taxa de inflação esperada de 5,17%, segundo levantamento do banco central, em contraste com a visão oficial de 3,25% até 2023.
O descontentamento com a alta inflação tem sido um fator-chave por trás das classificações persistentemente fracas de Bolsonaro nas preferências dos eleitores. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva mantém uma sólida liderança nas pesquisas.
A proximidade da votação representa um motivo para o Copom recuar no curto prazo, evitando qualquer decisão que possa gerar ondas, principalmente após uma série de dados surpreendentemente fortes na economia número um da América Latina.
No entanto, a estratégia cautelosa do banco central significa que a Selic permanecerá em dois dígitos por mais de um ano antes de cair para 9,50% no segundo trimestre de 2024, mostraram estimativas de pesquisas trimestrais. (Reportagem e pesquisa de Gabriel Burin em Buenos Aires; edição de Jonathan Cable e Andrea Ricci)