(Bloomberg) — O ex-presidente Donald J. Trump endossou seu protegido Jair Bolsonaro, endossando oficialmente a tentativa estagnada do líder brasileiro por mais um mandato de quatro anos.
“’Tropical Trump’, como é carinhosamente chamado, fez um GRANDE trabalho para o povo maravilhoso do Brasil”, escreveu Trump em seu site de mídia social, Truth Social. “Quando eu era presidente dos Estados Unidos, não havia outro líder do país que me chamasse mais do que Jair.”
Bolsonaro, um ex-congressista de 67 anos e capitão do Exército, abalou o establishment político do Brasil em 2018, conquistando a presidência no que foi inicialmente visto como uma campanha de longo prazo. De boca suja e conhecedor de mídia social, o populista de direita modelou sua imagem na de Trump e conquistou os eleitores com promessas de acabar com a corrupção e ser duro com o crime.
Na disputa atual, o titular está atrás de seu rival de esquerda, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de 76 anos, em todas as principais pesquisas de opinião. Os brasileiros ficaram amplamente frustrados com a retórica belicosa, e os altos preços de bens básicos como alimentos levantaram questões sobre a capacidade de Bolsonaro de administrar a maior economia da América Latina.
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Com o primeiro turno de votação marcado para 2 de outubro, o apoio de Trump provavelmente não fará muito para mudar a opinião dos brasileiros tão tarde na temporada eleitoral. Se um candidato não obtiver mais de 50% dos votos, a disputa irá para um segundo turno.
Os Estados Unidos têm uma política permanente de não escolher lados nas eleições de outras nações, dizendo que os votos devem refletir os desejos de seu povo. Ainda assim, os presidentes quebraram essa regra e fizeram pouco segredo de seus resultados preferidos, como quando Barack Obama expressou sua oposição ao Brexit antes da votação e Bill Clinton emprestou apoio aos EUA para a reeleição de Boris Yeltsin em 1996.
“O presidente Bolsonaro ama o Brasil acima de tudo”, escreveu Trump. “Ele é um homem maravilhoso e tem meu total e total apoio!”
Tanto a oposição política do Brasil quanto os aliados internacionais temem que Bolsonaro siga a liderança de Trump e desafie os resultados das eleições. Nos últimos meses, Bolsonaro aumentou as falsas alegações de que o sistema de votação eletrônica de seu país provavelmente é fraudado.
A secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, disse a repórteres ontem que os Estados Unidos vão monitorar a eleição do Brasil “com plena expectativa de que será conduzida de maneira livre, justa e credível com todas as instituições relevantes operando”.
(Atualizações com as idades dos candidatos, detalhes sobre as eleições brasileiras a partir do terceiro parágrafo).
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