Quando a primeira edição da série ‘Cosmos’ foi ao ar em 1980, sob o bastão do astrônomo icônico Carl Sagan, o chamado à humanidade era ‘valorizar a vida e continuar sua jornada pelo Universo’, em meio a temores de batalha nuclear. da Guerra Fria, que ironicamente foi responsável por um avanço em nossa jornada espacial.
Retornando em 2014 em uma nova edição, a série de documentários agora liderada pelo também famoso astrônomo Neil deGrasse Tyson abordou elementos como o aquecimento global, algo que a ciência já mostrou, mas permanece em dúvida.
Pule seis anos no espaço-tempo e teremos uma nova edição do ‘Cosmos’, chamada ‘Mundos Possíveis’, que estreia hoje à noite no Brasil, às 22h30, no canal geogéfico nacional, que não se espera nem mesmo Zorro. Inclinação Eu já vi o primeiro episódio e ele explica por que a série de documentários que quebrou barreiras é mais importante do que nunca.
Nós evoluímos?
Como Elis Regina diria, “o novo sempre vem”. Na ciência, isso é esclarecido com novas hipóteses, novas perguntas e novas descobertas que transformam nossas vidas. A série original de 1980, por exemplo, foi ao ar sem as informações que descobrimos nos últimos 40 anos, e havia muitas.
A humanidade continua a evoluir, mas, ao mesmo tempo, continua a retroceder. Se falamos há 40 anos que, no futuro, teríamos uma minoria, ainda em crescimento, de pessoas que questionam se a Terra é redonda ou plana, elas rirão de nós.
Mas ainda assim, aqui estamos, tendo que lidar cada vez mais com a falta de ciência e muitas defesas de crenças sem racionalizações, na era pós-verdade. E ‘Cosmos’ mostra como ‘é necessário resgatar o passado para entender onde estamos’.
Insignificância humana
A primeira temporada de ‘Cosmos’ foi um marco para a televisão mundial para o uso de efeitos especiais e tecnologia na produção da série de documentários. Escusado será dizer que 40 anos depois, é mais espetacular do que nunca.
Com o mesmo foco de 40 anos atrás, viajando por diferentes lugares e idades a bordo de uma nave espacial, no início do episódio já estamos imersos na dança de dois buracos negros que ocorreram bilhões de anos atrás, o que mostra os efeitos especiais da série em todo o seu esplendor
Outro elemento clássico do ‘Cosmos’ também está presente: o calendário espacial. É ele quem mostra toda a nossa insignificância diante do universo.
Funciona da seguinte maneira: transforma a história do universo desde a sua criação em um calendário anual, no qual cada dia representa 40 milhões de anos e cada mês mais de um bilhão de anos. O aparecimento de seres na Terra seria apenas em 15 de setembro. O ser humano, é claro, está lá no final do calendário.
Nossa insignificância na linha do tempo é mostrada de maneira diferente: uma simples mudança em uma escada de DNA é responsável pela existência de nossa espécie. Ao mesmo tempo, mostra nossa grandeza: essas mutações mínimas levaram a um novo ser vivo que mudou completamente a Terra, algo típico do “Efeito Borboleta”, certo?
‘Socialista’ do passado …
A coisa mais deliciosa sobre ‘Cosmos’ é, sem dúvida, a jornada da série. Neil deGrasse Tyson é um professor para nos guiar por assuntos mais complexos: ele deixa qualquer assunto científico com a leveza de que qualquer criança tem um conteúdo esmaltado. Como Carl Sagan, ele tem a capacidade de fazer manchetes mais didáticas.
O programa apresenta episódios que abordam o passado e o futuro, e isso é sintomático, pois sempre precisamos entender o passado para projetar o futuro, a velha máxima da história. Ao olhar para o céu, além disso, estamos sempre olhando para o passado, pois tudo o que vemos leva um tempo para alcançar nossos olhos.
Nesta turnê do programa, há uma explicação da aparência dos primeiros mamíferos e seres humanos na Terra. Ao lembrar de nossos antepassados, há um lembrete (e provocação, é claro) para lembrar como eles viveram e como viram o mundo: não havia doenças como minorias, desigualdades e outros problemas atuais.
“Os seres humanos viviam em harmonia entre si e com o meio ambiente. Compartilhamos o pouco que tínhamos porque nossa sobrevivência dependia de todo o grupo. Não valorizamos a riqueza em relação às nossas necessidades”, diz DeGrasse Tyson.
Ao mesmo tempo, somos responsáveis pelos danos a esse ecossistema que nos deram vida. O “Museu da Extinção” está de volta, desta vez com um novo corredor com extinções causadas por humanos, que, se não forem controladas, podem extinguir o próprio humano. Um belo convite para refletir nosso relacionamento com outras espécies.
… e futuro com “nanoplanos”
Apesar dos arrependimentos, a jornada termina de maneira encorajadora. Essa é uma parte um pouco perigosa da série, pois diminui todas as ameaças e perigos mencionados acima. Ao mesmo tempo, evoca a imagem da ciência e da tecnologia triunfantes que levam o ser humano adiante; O custo total disso está presente na discussão anterior sobre os perigos causados pela humanidade. Mas tudo bem: vou porque é o momento que nos faz maravilhar-nos com o futuro.
O futuro próximo do primeiro episódio é a sugestão de que dentro de alguns anos uma frota de “nanoplanos” deixará o deserto de Atacama em direção ao universo, mais precisamente em direção a Alfa Centauri, onde o planeta está localizado na zona habitável mais próxima da Terra. que nós sabemos. E o que flutua.
Seriam menos de 1 grama e são veleiros interestelares guiados por um tiro de luz da Terra, a uma velocidade de 20% da velocidade da luz. Levaria 20 anos para chegar ao seu destino e outros quatro para enviar as informações; A Voyager-1, uma sonda enviada pela NASA há mais de 40 anos, levaria apenas quatro dias para ser o objeto humano mais distante do espaço. As gerações de hoje ainda estarão vivas se esse momento acontecer.
‘Cosmos’ é uma série que faz você sonhar e também necessário para tempos sombrios, com o negação criando crenças perigosas. É também uma série para refletir. O que dirá a pergunta de DeGrasse Tyson na abertura:
“Onde estará a humanidade até o final do século? E o próximo milênio?”
A ver…