O Brasil pode ter uma Internet fixa com um número de telefone e o final de ‘faz um 21’; ver – 04/04/2020

Em breve, o Brasil poderá ter números de telefone para pontos fixos de banda larga e códigos de provedor final para chamadas de longa distância.

Essas e outras alterações foram submetidas a consulta pública pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) na última quinta-feira (30). A proposta é revogar 16 regulamentos atuais e unificar várias regras de numeração telefônica.

A sociedade pode comentar as mudanças por 45 dias e depois o corpo as analisará novamente.

Entenda as seguintes propostas:

Número de telefone fixo para internet fixa

Curiosamente, conceder um número de telefone para serviços de Internet não é uma idéia nova. Você tem mais de 10 anos. A proposta já estava no primeiro PGR (Plano Geral de Atualização do Regulamento de Telecomunicações no Brasil), aprovado em 2008.

O conselheiro Emmanoel Campelo, relator da proposta, explicou que a atribuição de números de telefone de banda larga (chamado Serviço de Comunicação Multimídia, SCM) (serviço telefônico fixo comutado, STFC) é mais conveniente para os consumidores. Ele também tira proveito de uma mudança no comportamento dos usuários, que não têm mais linhas telefônicas fixas em suas casas. Isso libera números para uso na Internet.

“A melhor alternativa é atribuir um plano de numeração existente ao SCM e não um novo intervalo de numeração, pois isso traria mais complexidade aos consumidores, que agora precisariam lidar com dois números, telefone fixo e celular, mas três”. Se o STFC sofreu uma queda, há certeza de que o uso de sua numeração pelo SCM não implicará o esgotamento dos recursos “, afirmou Campelo.

Para o conselheiro Carlos Baigorri, a proposta “é uma dívida histórica da agência com pequenos fornecedores”. A avaliação é de que atribuir um número a pontos de banda larga fixa pode aumentar a concorrência e a convergência tecnológica.

Isso facilitaria a oferta de combos ou pacotes, como telefones celulares, onde uma linha oferece serviços de voz e dados.

Alterações nas chamadas de longa distância

Outra proposta da Anatel é a isenção da necessidade de um código de seleção de provedor (CSP) para chamadas de longa distância e internacionais. Com isso, os usuários não precisariam inserir códigos como 15 (Ao vivo), 21 (Limpar), 31 (Oi) e 41 (TIM) cada vez que fizerem chamadas para números com códigos de área diferentes.

Os códigos são um remanescente da estrutura de pré-privatização da Telebrás no final dos anos 90. A Embratel fazia parte da estrutura do estado, que possuía o monopólio das ligações de longa distância. Com a privatização, a Embratel não só foi vendida ao mercado, finalmente absorvida pela Claro, mas outros concorrentes fortes surgiram, como o caso da Intelig, comprado pela TIM. É a partir de então, um famoso anúncio que instou os consumidores a “fazer 21” quando quisessem ligar para outro lugar.

A idéia da Anatel é permitir uma discagem alternativa para qualquer operadora. Desde 2013, isso acontece com pequenos fornecedores. Nesses casos, quando um cliente faz uma ligação interurbana, é o provedor de serviços que escolhe o caminho que a ligação seguirá.

A proposta da agência é que os códigos de seleção de operadora não sejam mais necessários após o término das concessões de serviço telefônico fixo.

Números de telefone nacionais

Anatel propõe lançar novo:

  • prefixos de números de telefone, como 400, 0300 e 0500
  • Números de serviço público: Embora não haja critérios, os números existentes têm três dígitos, como 190 para chamar a polícia ou 193 para chamar o corpo de bombeiros. A idéia é criar uma regra válida para todo o Brasil e que funcione para clientes de um DDD localizados em uma região diferente.
  • Números para autoridades públicas: a idéia é criar uma lógica de numeração que possa ser usada para diferentes níveis de governo, algo que não existe atualmente. O exemplo da Anatel é a criação de um número para ouvidores. Quem quisesse ligar para o ombudsman federal ligaria para 162-10; para o ombudsman do estado, o número seria 162-20 e, para os ombudsmen municipais, 162-30.

Números para a Internet das coisas

Atualmente, os dispositivos M2M (máquina a máquina) usam números de telefone celular. São máquinas de cartão de crédito ou rastreadores de caminhões, por exemplo.

A Anatel espera que ocorra uma explosão desses dispositivos com a chegada da Internet das Coisas (IoT). Até 2025, a agência espera 104 milhões de pontos M2M ativos, enquanto o modelo de números de nove dígitos permite 100 milhões de combinações por DDD.

A Anatel propõe encerrar os números dos dispositivos M2M que não acessam a rede de vários provedores, ou seja, eles não exigem roaming ou interconexões. Isso se aplica aos rastreadores de caminhões, mas não às máquinas de cartões.

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