Há quase três anos, em setembro de 2017, a China proibiu o uso de bitcoins no país, mesmo evitando sua extração no país. Na época, muitos analistas apontaram que o país realmente planejava criar sua própria criptomoeda, centralizando uma tecnologia que, no caso do bitcoin, é gratuita e descentralizada.
Nesta semana, o Banco Popular da China (BPC), equivalente ao seu Banco Central, anunciou que já está testando uma criptomoeda soberana, o “Renminbi digital”, que leva o nome da moeda local. Funciona como um bitcoin, apenas centralmente e apoiado em dinheiro real, emitido pelo BPC.
A medida, estudada por Pequim há meses, teria sido acelerada devido à epidemia de saúde. Como você sabe, o coronavírus pode suportar por horas em superfícies duras e a probabilidade de transmissão através do dinheiro físico é alta, uma vez que notas e moedas em papel são freqüentemente tocadas. O anúncio é um golpe fatal no papel-moeda, que já circula em baixo volume no país, pois a China é o maior mercado de pagamentos móveis do mundo e a maioria das operações financeiras diárias concentra-se em serviços como AliPay e WeChat.
Segundo o BPC, a circulação da nova criptomoeda ocorre em um ambiente fechado e não está vinculada ao sistema de circulação e emissão de moeda soberana. No momento, a criptomoeda só pode ser usada nas cidades de Shenzhen, Suzhou e Chengdu, além da província de Hebei, o epicentro original da crise gananciosa.
O Banco do Povo afirmou em comunicado que será o único emissor do “renminbi digital” e oferecerá inicialmente a moeda virtual a bancos comerciais ou outros operadores financeiros. Então, esses agentes do sistema econômico poderão transferir o dinheiro das contas bancárias dos titulares de suas contas para uma versão digital e depositar esses recursos em “carteiras eletrônicas”, conforme o texto oficial da instituição.
Para evitar emissão excessiva de dinheiro, as instituições comerciais devem reservar provisões equivalentes às suas participações em dinheiro digital, acrescenta a autoridade. “No curto prazo, a moeda digital do Banco do Povo não será emitida em grandes quantidades ao público e a velocidade da circulação monetária não será influenciada ou levará a um aumento da inflação”, relata a instituição, que publicou texto em seu conta oficial do WeChat. Como a moeda digital emitida pelo governo será apoiada pelo Banco Popular, ela será tão estável em valor quanto em dinheiro.
Uma das vantagens da criptomoeda chinesa é que ela pode ser transferida de um telefone inteligente para outro por proximidade, sem a necessidade de conectar nenhum dos dispositivos ao internet no momento da operação. Esse método é diferente do usado pelo AliPay e WeChat, que exigem uma conexão com a Internet para fazer transações.
Segundo Mu Changchun, diretor do instituto de pesquisa em moeda digital do Banco do Povo, o objetivo é que a tecnologia seja tão simples que possa se tornar popular até mesmo entre as pessoas mais simples ou sem uma Internet ativa. Na prática, um golpe fatal no papel-moeda.
Regulamento de criptomoeda
O contágio viral através do dinheiro físico não é uma preocupação exclusivamente chinesa. Os bancos centrais de vários países estão estudando maneiras de garantir a segurança na gestão do dinheiro, e o Banco de Pagamentos Internacionais (BIS) tem feito recomendações sobre criptomoedas. O BIS é uma organização conhecida como “banco central de bancos centrais”.
“A pandemia destacou o valor de ter acesso a uma variedade de métodos de pagamento e a necessidade de qualquer método de pagamento ser resistente a uma ampla gama de ameaças”, disse Raphael Auer, economista do Departamento de Economia e Economia do BIS.
Como podemos ver, mais uma vez, vivemos sob a hipótese de que os países ocidentais adotam um modelo previamente comprovado na China. China Copy