Ministro da Saúde do Brasil retira anúncio das descobertas do Deltacron
O ministro da Saúde do Brasil, Marcelo Queiroga, recuou na terça-feira, dizendo agora que os dois casos de Deltacron COVID-19 que ele havia anunciado um dia antes estão, de fato, ainda sob investigação.
Queiroga havia dito que as duas ocorrências haviam sido detectadas, uma no Pará e outra no Amapá, mas agora especificou que ambas ainda precisam de uma sequência antes de chegar a uma declaração conclusiva.
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O ministro disse ainda que o sequenciamento do vírus encontrado nesses pacientes deve ser concluído em breve e quando isso acontecer haverá uma resposta definitiva sobre a variante.
“Os dois casos de Deltacron que mencionei anteriormente ainda estão sob investigação e foram relatados pelos estados. O sequenciamento total do vírus deve ser concluído nos próximos dias pelo laboratório de referência nacional da Fiocruz”, explicou Queiroga.
“De qualquer forma, não há motivo para preocupação. a [World Health Organization] A OMS classificou o Deltacron apenas como variante de acompanhamento e não o considerou uma variante de interesse ou preocupação, como foi o caso de Omicron e Delta”, continua Queiroga.
Um estudo preliminar publicado em 9 de março identificou três pacientes na França com “Deltacron”, uma recombinação das variantes Delta e Omicron do vírus SARS-CoV-2.
No entanto, a pesquisa ainda não foi publicada em revistas científicas ou revisada por pares. Em entrevista à Reuters, Philippe Colson, da Ihu Méditerranée Infection e principal autor do estudo, disse que a nova versão combina a proteína S da Omicron com o corpo da Delta.
Duas outras infecções também surgiram nos Estados Unidos, de acordo com um relatório ainda não divulgado da empresa de genética Helix, enquanto outras pesquisas já haviam mencionado mais 12 infecções por Deltacron na Europa desde janeiro.
Colson disse que os cientistas continuarão monitorando os casos, mas alertou que ainda é muito cedo para definir o impacto da versão em humanos.
A pesquisadora-chefe da OMS, Maria van Kerkhove, previu que os recombinantes eram “esperados, especialmente com a forte circulação de Omicron e Delta”, e que sua equipe estava “rastreando e discutindo” a variante.