Lagarta-do-cartucho com gene que mata filhotes testado em fazendas no Brasil

Lagartas-do-cartucho machos portadoras de um gene que mata a prole feminina foram lançadas em fazendas no Brasil como uma possível forma de controlar populações selvagens de uma grande praga

A vida


15 de março de 2022

Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda) em milho;  ID Shutterstock 1444285103;  ordem de compra: -;  trabalho: -;  cliente: -;  de outros: -

Uma lagarta de outono

Shutterstock/kale kkm

Lagartas-do-cartucho geneticamente modificadas para eliminar populações selvagens da praga foram lançadas em campos de milho no estado de São Paulo, no Brasil, no primeiro teste agrícola da nova tecnologia. O teste foi um sucesso e agora está sendo ampliado, diz Oxiteca empresa sediada no Reino Unido que criou as lagartas modificadas.

lagartas de outono (Spodoptera frugiperda) são na verdade lagartas de mariposa. Eles recebem esse nome pelo fato de se multiplicarem muito rapidamente e se alimentarem de muitas plantas. Enxames de lagartas podem devastar tudo, desde gramados a plantações em apenas alguns dias.

Eles são nativos das Américas, mas nos últimos anos se espalharam pela África, Ásia e Austrália, reduzindo as colheitas de algumas culturas em até metade. Os métodos convencionais de controle não funcionam bem porque algumas cepas desenvolveram resistência a muitos pesticidas.

“Há muito interesse em novas soluções para essa praga”, diz. neil morrison na Oxytec. “Os produtores estão lutando para controlá-lo através de meios inseticidas.”

Como método de controle, a Oxitec pegou uma cepa de lagarta-do-cartucho que ainda é suscetível a agrotóxicos e modificou os machos para que sua prole feminina pudesse sobreviver apenas na presença de um produto químico específico. Em outras palavras, os machos eles carregam um gene que mata todos os seus descendentes femininos Na natureza.

Quando as lagartas de outono modificadas são liberadas, elas acasalam com fêmeas selvagens. Apenas a prole masculina sobrevive, e eles podem acasalar e passar o gene assassino feminino para outra geração. Ao contrário dos pesticidas, nenhuma outra espécie é prejudicada.

Se não forem liberadas mais lagartas-do-cartucho “Friendly™”, como a Oxitec as chama, os genes que matam as fêmeas desaparecerão rapidamente da população selvagem. Se um número suficientemente grande de machos modificados for liberado, as lagartas selvagens podem ser eliminadas localmente.

Essa é a teoria, pelo menos. Testes futuros testarão a eficácia, diz Morrison. O teste inicial na fazenda tinha como objetivo apenas testar se os machos liberados se comportavam conforme o esperado.

“Por exemplo, depois que paramos de liberar, o gene autolimitante desaparece do ambiente? Sim, tem”, diz.

A abordagem já foi aprovada no Brasil. “Podemos implantar esses machos amigáveis ​​em qualquer lugar do Brasil sem restrições”, diz Morrison.

A Oxitec já comercializa “Friendly™ Aedes aegypti” mosquitos no Brasil para evitar a propagação de doenças como Zika e dengue. Em 8 de março, foi aprovado para uso em projetos-piloto na Califórnia e na Flórida.

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