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SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO, 23 Fev (Reuters) – A Samarco Mineração enfrenta um possível confronto com credores em reuniões que começam nesta quarta-feira para votar propostas de reestruturação de dívida que permitiriam à mineradora brasileira de minério de ferro sair da proteção.
Os credores da joint venture de minério de ferro entre a Vale SA (VALE3.SA) e o Grupo BHP (BHP.AX) devem votar as últimas propostas para reestruturar cerca de US$ 5 bilhões em dívidas financeiras.
Mas os dois lados continuam distantes e se a reunião não tiver quórum, a votação final será realizada em 10 de março, um dia antes do prazo atual para a reestruturação da Samarco.
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A Samarco também enfrenta incertezas em outra frente, já que autoridades federais e estaduais estão conversando com ele desde o ano passado sobre possíveis reparações relacionadas ao rompimento mortal de uma barragem em 2015, enquanto promotores estaduais de Minas Gerais disseram que esperam começar a discutir os valores totais no próximo mês. .
Documentos divulgados pelos administradores judiciais do processo de falência da Samarco mostram que seus credores exigiram o pagamento de 100% da dívida vencida, com juros incorridos sobre os novos títulos garantidos pelos acionistas Vale e BHP.
A Samarco, por sua vez, propôs um desconto de 75% aos obrigacionistas em dezembro, com pagamento em títulos com vencimento em 2041. Outra alternativa seria converter a dívida em patrimônio, com os credores atingindo uma participação superior a 15%.
Assessores dos obrigacionistas, que pediram anonimato, dizem que seus clientes vão rejeitar a proposta atual da Samarco.
Um grupo ad hoc de credores propôs na terça-feira que o ex-executivo da Vale e da Nexa Resources, Tito Martins, se torne presidente em “um passo fundamental” em direção a uma “Nova Samarco”.
Simon Duncombe, vice-presidente de Joint Ventures Não Operadas no Brasil da BHP, disse que esta proposta não mudará a situação, acrescentando que, embora os credores possam exigir a nomeação de novos executivos, a Samarco “não tem um problema de gestão”.
No início deste mês, a Vale assinou um contrato de produção de 20 anos com a Samarco que deve adicionar US$ 5,1 bilhões em receita líquida até 2042 e avançar sua meta de produção de minério de ferro.
Se seus credores decidirem rejeitar a proposta da Samarco, a lei brasileira permite que eles apresentem planos alternativos.
Nesse caso, Duncombe disse que a Vale e a BHP exigiriam direitos de voto em uma assembleia de credores, que inclui as gestoras de ativos York, Ashmore, Canyon, Maple Rock e Solus.
Os obrigacionistas da Samarco são representados pelos escritórios Padis Mattar Advogados, Ferro, Castro Neves (FCDG) e Davis Polk e são assessorados pelo banco de investimentos Houlihan Lokey.
A Samarco é representada pelo JPMorgan Chase, a Vale pela Moelis e a BHP pela Rothschild.
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Informações de Tatiana Bautzer em São Paulo e Marta Nogueira no Rio de Janeiro; Editado por Alexandre Smith
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