Peixes-zebra brilhantes geneticamente modificados estão invadindo corpos d’água em todo o Brasil! | The Weather Channel – Artigos do The Weather Channel

Um peixe-zebra.  (Pixabay - CC0, domínio público)

Um peixe-zebra.

(Pixabay – CC0, domínio público)

Enquanto a tendência de roupas chamativas e neon atingiu o mundo ocidental na década de 1980, levou cerca de duas décadas para que uma tendência semelhante entrasse no mundo dos amadores de aquários. O peixe brilhante de cor neon, marca registrada Glofish, tornou-se a primeira espécie geneticamente modificada do mundo a se tornar comercialmente disponível nos anos 2000, e sua ‘produção’ disparou depois disso.

Estes Glofish são essencialmente peixes-zebra (Danio rerio), mas com genes de medusas fluorescentes dotados neles. Embora nativa do Sudeste Asiático, esta espécie de água doce agora pode ser encontrada em aquários em diferentes partes do mundo.

O problema, porém, é que sua presença global não se limita mais apenas aos tanques de peixes.

Um novo estudo descobriu que esses Glofish, especialmente suas versões vermelha e verde, escaparam de pisciculturas no sudeste do Brasil e atualmente estão se multiplicando em riachos da Mata Atlântica. Ao fazer isso, eles também se tornaram uma das primeiras espécies transgênicas a escapar acidentalmente e prosperar na natureza.

Em 2014, os primeiros avistamentos de Glofish foram relatados nos canais da Flórida, EUA, mas sua população na região não se multiplicou, provavelmente devido à presença de predadores nativos.

Mas, ao contrário da Flórida, os riachos brasileiros não abrigam nenhum predador local de peixe-zebra, então a população de Glofish da região explodiu.

de acordo com um relatório científico.orgUm biólogo chamado André Magalhães viu pela primeira vez grupos de Glofish na bacia do rio Paraíba do Sul, no Brasil, em 2015. Esses peixes geneticamente modificados foram vistos nadando em riachos lentos conectados ao maior centro de aquicultura ornamental da América Latina, o provável “ponto de entrada”. Os primeiros lotes de Glofish costumavam fugir.

Em 2017, Magalhães e seus colegas pesquisaram cinco córregos em três municípios, apenas para encontrar peixes-zebra transgênicos prosperando em todos eles.

Como seu peixe-zebra nativo na Ásia, o Glofish se reproduz durante o pico da estação chuvosa na América do Sul. No entanto, esses peixes modificados parecem capazes de atingir a maturidade sexual mais cedo do que seus ancestrais, e isso permite que eles se reproduzam mais rapidamente.

Especialistas acreditam que o impacto ecológico dessa invasão pode ser imprevisível, mas sério.

Estudos recentes mostraram que o Glofish desfruta de uma dieta diversificada no Brasil, composta por insetos nativos, algas e zooplâncton. Mas, considerando seus números crescentes, pode não demorar muito para que eles comecem a competir com espécies locais por comida, ou até mesmo comecem a atacá-los diretamente.

Há também a preocupação de que genes de fluorescência de fugitivos possam ser introduzidos em peixes nativos, o que poderia fazê-los brilhar e se tornar mais visíveis para os predadores.

Desde que fugiram para a natureza, as vendas de Glofish foram proibidas em vários países, inclusive no Brasil! Apesar da proibição, sua criação em fazendas locais e venda em lojas em todo o país continua até hoje.

Em 2020, relatos de avistamentos isolados de Glofish surgiram em lagoas e riachos no sul e nordeste do Brasil. Considerando sua ampla presença, resta saber se acabam colonizando todo o Brasil.

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