Inflação na América Latina está ancorada, mas riscos persistem: FMI

NOVA YORK, 31 Jan (Reuters) – A inflação atingiu seu nível mais alto em 15 anos em algumas das maiores economias da América Latina no ano passado, mas políticas monetárias confiáveis ​​mantiveram as expectativas de aumento de preços a longo prazo ancoradas. uma postagem no blog na segunda-feira.

Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru viram os preços subirem 8,3% em 2021, o maior aumento em 15 anos e maior do que em outros mercados emergentes, disse o FMI.

A Argentina, outra grande economia da região, viu a inflação subir acima de 50% no ano passado.

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Além do aumento dos preços de importações e commodities, disse o FMI, moedas fracas e demanda reprimida do consumidor, aumentos embutidos ajustados pela inflação empurraram os preços ainda mais em alguns casos na América Latina.

Mas no Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru, os bancos centrais ganharam credibilidade quando as taxas de juros subiram entre 1,25 e 7,25 pontos percentuais no ano passado. O aperto das políticas juntamente com a orientação futura ajudaram a manter as expectativas de inflação ancoradas, disse o Fundo.

“As expectativas de inflação de longo prazo permanecem relativamente bem ancoradas, refletindo a confiança na política monetária para trazer a inflação de volta à meta. No entanto, as expectativas de inflação de curto prazo estão elevadas, sugerindo a necessidade de vigilância contínua”, disse o FMI.

A política monetária mais rígida nos Estados Unidos, que geralmente aumenta a pressão sobre a América Latina e outros mercados emergentes, é outra variável que a região deve levar em conta.

“Os formuladores de políticas podem se preparar para um aperto na política monetária dos EUA estendendo os vencimentos da dívida do governo, reduzindo as necessidades gerais de rolagem fiscal e limitando o acúmulo de descasamentos cambiais nos balanços do setor financeiro quando possível”, disse o FMI.

TENSÃO SOCIAL PERMANECE

As pressões de preços, juntamente com um calendário eleitoral movimentado este ano e a desaceleração do crescimento, continuam a manter a agitação social um alto risco regional.

“A pandemia veio após um ano de agitação social generalizada na região, que se acumulou durante os anos de estagnação econômica que se seguiram ao fim do boom das commodities. Com um calendário eleitoral pesado à vista, a agitação social continua sendo um risco significativo e desigualdade terá de ser abordada”, disse o FMI.

Brasil, Colômbia e Costa Rica elegerão presidentes este ano, enquanto referendos e eleições locais são esperados no Chile, Uruguai, México e Peru.

REDUÇÃO DE CRESCIMENTO

Na semana passada, o FMI reduziu sua expectativa de crescimento do PIB em 2022 na América Latina e no Caribe em 0,6 ponto percentual, para 2,4% neste ano, após uma recuperação estimada de 6,8% em 2021.

O Fundo citou um crescimento mais lento na China e nos EUA, gargalos logísticos e o aumento da variante Omicron em seu rebaixamento regional.

Isso deixou a região enfrentando o que o Fundo chama de três grandes desafios: garantir a sustentabilidade das finanças públicas, aumentar o crescimento potencial e fazê-lo de uma forma que promova a coesão social e aborde as desigualdades sociais.

“Enfrentar esses desafios, que começaram antes mesmo da pandemia, levará tempo. Os formuladores de políticas devem começar agora a desenvolver uma estratégia abrangente para enfrentá-los e construir um consenso social em torno dessa estratégia”, disse o Fundo.

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Reportagem de Rodrigo Campos, edição de William Maclean

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