O presidente da Federação das Câmaras de Comércio Portuguesas no Brasil disse que o Alentejo tem um grande potencial de investimento brasileiro, tanto no agronegócio como no turismo.
“Existe hoje uma verdadeira ação entre o Estado do Ceará e Fortaleza (Brasil), e Sines” e “já existem várias iniciativas de promoção da atividade económica” entre os dois territórios, disse Armando Abreu no encerramento da terceira edição da “Portugal Negócios & Investimentos”, dedicada à apresentação da Região Alentejo, que decorreu no dia 27 de janeiro de forma virtual.
“Mas o Alentejo não é só Sines” e “há todo um outro Alentejo que temos de valorizar, seja no agronegócio ou no turismo”, acrescentou.
Portugal – Negócios & Investimentos” é um projeto da Federação das Câmaras de Comércio Portuguesas no Brasil (FCPCB), que conta com o apoio da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) e inclui um ciclo de eventos online, a decorrer desde 2021 , que na sua terceira edição contou com a presença do embaixador português em Brasília, Luis Faro Ramos.
O embaixador português, que mostrou total disponibilidade da embaixada para a “facilitação” de contactos e negócios entre os dois países foi, aliás, o primeiro a sublinhar no seu discurso que o “Alentejo não é só Sines”.
“Vejo o agronegócio e o turismo como os dois principais setores capazes de criar um intercâmbio muito forte” entre empresários brasileiros e portugueses, acrescentou Armando Abreu.
No final do webinar, falando à Lusa por telefone, o presidente da FCPCB foi mais longe, e sublinhou que Sines “acaba também por estar um pouco na moda no Alentejo, tal como o próprio Alqueva”.
No entanto, na sua opinião, é no agronegócio e turismo do Alentejo que existem várias oportunidades para atrair investimento de empresários brasileiros com experiência nos dois setores, uns que já vivem em Portugal e outros que permanecem no Brasil, admitiu.
Lembrando que “pela situação económica e política que o Brasil vive há muitos brasileiros interessados em investir fora” do seu país e quando decidem fazê-lo “é óbvio que o primeiro factor de aglutinação é a língua”, sublinhou.
Por isso, disse, “acho que há uma grande oportunidade, desde que sejam devidamente apresentadas oportunidades de negócio a alguns empresários brasileiros, para trazer investimento para Portugal”, na área do agronegócio.
“Da mesma forma, e ainda impulsionado por estes dois anos de Covid-19, por uma vontade das pessoas de terem acesso a um turismo mais calmo, mais misturado com a natureza e com a quantidade de investidores em termos turísticos que existem no Brasil, também vejo uma excelente oportunidade para os empresários brasileiros investirem no turismo na região do Alentejo”, acrescentou.
O debate contou ainda com a participação de Daniel Janeiro, Coordenador do Departamento de Relações Externas da ADRAL – Agência de Desenvolvimento Regional do Alentejo, Luís Miguel Silva – Assessor de Sistemas, Planeamento e Comunicação da Administração dos Portos de Sines e Algarve, Rui Pereira – Chefe do Gabinete de Apoio à a Presidência e Câmara Municipal do Município de Sines.
As duas edições anteriores, que decorreram em 2021, foram dedicadas à apresentação das Regiões de Aveiro e Madeira.