As mineradoras brasileiras, incluindo a Vale SA, estão retomando a produção no estado de Minas Gerais, após serem forçadas a interromper algumas operações devido às fortes chuvas que aumentaram o risco de acidentes e causaram interrupções logísticas.
A Vale disse em um documento de valores mobiliários na segunda-feira que as minas de Brucutu e Mariana estão aumentando gradualmente a produção à medida que parte da ferrovia Vitória-Minas foi liberada, permitindo a movimentação de minério de ferro.
Segundo a Vale, as paralisações afetaram a produção de cerca de 1,5Mt de minério de ferro. Ainda assim, a empresa reafirmou sua previsão de produção de minério de ferro em 2022 em 320-335 milhões de toneladas.
A Vale disse que os locais de produção de Aboboras, Vargem Grande, Fabrica e Viga também retomaram gradualmente as operações.
O reinício da Vale ocorre depois que a siderúrgica Usiminas anunciou no sábado que reiniciaria lentamente a produção em sua subsidiária de mineração Mineração Usiminas (MUSA), que também foi afetada por fortes chuvas.
A Samarco, uma joint venture entre a Vale e a BHP, disse à Reuters na segunda-feira que também retomou a produção na semana passada, quando as chuvas diminuíram.
O sistema Minas-Rio da Anglo American funcionou normalmente durante a estação chuvosa.
A francesa Vallourec, que interrompeu sua mina de Pau Branco depois que as chuvas causaram o transbordamento de uma barragem, disse na segunda-feira que suas operações ainda estavam interrompidas. O jornal Valor Econômico informou que a empresa estava em negociações com as autoridades para retomar as operações e liquidar multas.
A CSN, que fechou a mina Casa de Pedra da CSN Mineração, não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
As fortes chuvas que atingiram o sudeste do Brasil levaram os mineradores a suspender algumas operações no principal estado de mineração de Minas Gerais na segunda-feira passada, depois que as chuvas também causaram inundações mortais no nordeste e ameaçaram atrasar as colheitas no centro-oeste.
A Vale disse na segunda-feira que duas estruturas em Minas Gerais continuam em alerta devido às fortes chuvas.
A barragem da Área IX, um ativo a montante que está atualmente inativo, aumentou seu nível de alerta de 1 para 2, o que significa que medidas adicionais de contenção são necessárias para evitar um colapso. A Barragem do Elefante está no nível de alerta 1, um status que não compromete sua estabilidade global.
“A empresa já iniciou estudos e ações corretivas em ambos os casos. Não há ocupação permanente de pessoas nas áreas correspondentes e não há necessidade de evacuação adicional”, disse a Vale.
(Reportagem de Gabriel Araujo e Ana Mano; reportagem adicional de Marta Nogueira e Peter Frontini; edição de Louise Heavens, Kirsten Donovan e Bill Berkrot)