A empresa de frutos do mar Forever Oceans assinou um acordo de 20 anos com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Brasil para cultivar peixes oceânicos em uma concessão de 64.200 hectares na costa do estado da Bahia, Brasil. A zona cobre uma área três vezes e meia o tamanho de Washington DC, tornando-se a maior concessão offshore já dedicada à aquicultura marinha sustentável.
O acordo terá uma duração inicial de vinte anos e aumentará a capacidade de produção de pescado da Forever Oceans em mais de 25 por cento. Espera-se que o novo empreendimento da Forever Ocean crie entre 300 e 500 empregos nos próximos oito anos. A Forever Oceans planeja criar alevinos de lírios a partir de ovos em um incubatório terrestre em Ilhéus, Bahia, Brasil. Uma vez maduros, serão criados no ambiente marinho da área de concessão.
A Forever Oceans foi fundada em 2014 e está sediada no estado americano da Virgínia. A produtora de frutos do mar é especializada em piscicultura oceânica de profundidade com foco na sustentabilidade. Um aspecto distintivo de seu modelo de negócios é o uso de tecnologia digital para monitorar a saúde dos peixes em tempo real. Atualmente, possui uma instalação de pesquisa e tecnologia no Havaí e operações onshore no Panamá, com outra planejada na Indonésia.
A agricultura marinha é um subconjunto da aquicultura em que os peixes de água salgada são criados em mar aberto, em pisciculturas construídas em águas costeiras ou em tanques artificiais cheios de água do mar. A Forever Oceans usa fazendas de mar aberto para reproduzir e recircular sistemas de aquicultura de água do mar para reprodução. A piscicultura marinha pode contribuir para a pesca sustentável, aliviando a pressão sobre as populações selvagens.
Em 2013, um estudo da FAO indicou que o Brasil tinha a segunda maior área do mundo apta para a aquicultura offshore. Embora a produção total de peixes da aquicultura tenha dobrado de 400.000 em 2009 para 800.000 toneladas em 2018, a aquicultura marinha do Brasil permaneceu principalmente em um nível de subsistência. A produção comercial de peixes marinhos até agora está limitada a pequenas fazendas de tanques-rede em São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. O acordo com a Forever Oceans pode ajudar o Brasil a realizar seu potencial na piscicultura marinha.
“Com um litoral de mais de 8.500 km, o Brasil é uma das principais fronteiras para a produção de pescado, gerando, além de alimentação saudável, emprego e renda”. Disse Jorge Seif Junior, secretário de Aquicultura e Pesca do Ministério da Agricultura do Brasil. “Este acordo histórico é histórico para o Brasil e colocará o país no caminho do desenvolvimento da aquicultura marinha sustentável”.