Crescem os temores sobre o estado das barragens de rejeitos no Brasil

Crescem os temores sobre o estado das barragens de rejeitos no Brasil

As autoridades do estado de Minas Gerais, no sudeste do Brasil, estão exigindo que os mineradores relatem o status de 31 barragens de rejeitos na quarta-feira em meio a fortes chuvas.

“As empresas terão 24 horas para informar dados sobre a precipitação média que incidiu sobre a barragem, a existência ou não de um plano para o período chuvoso, avaliação do desempenho do sistema de drenagem, anomalias e patologias registradas, bem como a ações que serão tomadas para sua manutenção e acompanhamento”, disse o governo do estado em comunicado nesta terça-feira.

A ação também foi assinada pelo Ministério Público. Chuvas fortes atingiram várias regiões do estado nos últimos dias.

Das 31 barragens, consideradas em nível emergencial, 29 pertencem à gigante de minério de ferro Vale, uma de propriedade da ArcelorMittal Brasil e outra da Minérios Nacional, filial da siderúrgica local CSN. A lista completa pode ser vista neste Link.

A condição da barragem de rejeitos é monitorada de perto no Brasil após dois grandes incidentes. Em 2015 e 2019, duas barragens romperam em Minas Gerais, em Mariana e Brumadinho, causando cerca de 300 mortes e graves danos ambientais.

“Claro que, dependendo do nível de chuva, sempre existe o risco de rompimento, esse risco é real, mas principalmente desde o rompimento da barragem de Brumadinho, operada pela Vale, em 2019, houve uma melhora nos mecanismos de controle. de empresas e também autoridades”, disse à BNamericas Eduardo Leão, consultor e ex-diretor do regulador de mineração ANM.

Em caso de descumprimento da exigência, as mineradoras serão multadas, informou o governo estadual.

CASA DE PEDRA

Outra situação que as autoridades também estão monitorando de perto é a condição da barragem da mina de ferro Casa de Pedra, em Minas Gerais, que pertence à segunda maior exportadora de mineração do Brasil, a CSN Mineração, unidade de mineração da CSN.

Após denúncias de rachaduras na barragem por moradores de Congonhas, onde está localizada, técnicos da ANM inspecionaram a estrutura.

“Durante a vistoria foram identificadas algumas erosões e fissuras em terreno natural, próximo ao dique da barragem”, disse a ANM em nota à imprensa, fazendo uma lista de recomendações para a empresa mitigar riscos, mas frisando que não há perigo. colapso iminente. ou um grande incidente que possa afetar a vida humana ou o meio ambiente.

Um analista de mineração de um grande banco, que pediu para não ser identificado, disse à BNamericas que a condição da barragem de Casa de Pedra é monitorada cuidadosamente, pois um colapso pode causar grande tragédia devido à alta população na área.

Esta semana, a CSN Mineração suspendeu as operações na mina.

VALLOREC MULTA

Minas Gerais multou a francesa Vallourec em 289 milhões de reais (US$ 52 milhões) nesta semana devido ao impacto ambiental do transbordamento do dique da barragem da empresa, ligada à sua mina de ferro Pau Branco.

“A empresa foi considerada reincidente, pois em 2020 foi multada por não cumprir os prazos estabelecidos para envio de documentação relacionada às condições de suas barragens. Isso fez com que a multa fosse dobrada, nos termos da legislação que regulamenta as sanções por infrações ambientais no estado”, disse Alexandre Leal, superintendente de fiscalização da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do estado, em comunicado.

O transbordamento foi resultado de chuva forte. A mina está localizada em Nova Lima, no estado de Minas Gerais.

Na foto: Técnicos da ANM realizam vistoria na região onde está localizada a barragem da mina de Casa de Pedra.

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