A situação
A passagem de um ciclone subtropical em 7 de dezembro de 2021 e inundações relacionadas continuam a afetar a saúde e o bem-estar das pessoas nas regiões do extremo sul e sul do estado da Bahia, no Brasil. Com mais de 700 mm de chuva em menos de três dias, as enchentes continuam em vários pontos do extremo sul do estado. As principais áreas afetadas no extremo sul estão nos municípios de Medeiros Neto, Jucurucu e Itamarajú.
Desde 23 de dezembro, a região sul do estado da Bahia também passa por fortes chuvas. As principais áreas afetadas nesta região estão nos municípios de Itapetinga e Itabuna. Prevêem-se chuvas esparsas em todo o extremo sul e sul da Bahia.
A Superintendência de Proteção e Defesa Civil (SUDEC) da Bahia estima que pelo menos 471.786 pessoas foram afetadas por enchentes e chuvas torrenciais no estado da Bahia. Atores humanitários, incluindo a Cruz Vermelha Brasileira (BRC), continuam conduzindo avaliações de danos e análises de necessidades. A SUDEC informou que 42.929 pessoas foram deslocadas e 34.163 estão desabrigadas. A SUDEC registrou 358 feridos e 21 mortes.
Os dados mais recentes do Centro de Operações de Emergência (EOC), instalado em Itamarajú, indicam que pelo menos 19.082 pessoas perderam, permanente ou temporariamente, suas casas no extremo sul baiano.
Instituições estaduais federais e municipais, que incluem Ministério da Saúde, Órgãos do Governo da Bahia e bombeiros de vários estados, lideram as ações de atendimento e recuperação antecipada dos dois COEs localizados em Itamarajú e Ilhéus. O BRC participa ativamente da EOC em Itamarajú, onde acontecem as reuniões diárias de coordenação.
Os atores humanitários identificaram a necessidade urgente de água potável limpa, roupas de cama (colchões), produtos de higiene menstrual e alimentos para a população afetada.
Complementando essas necessidades, a equipe da Cruz Vermelha Brasileira em campo reporta informações adicionais por setor:
Casaco: Não houve produção de água nas residências das cidades de Itapetinga e Itabuna, locais onde o nível da água ultrapassou os 2 metros e onde o nível de destruição e risco estrutural é alto. Os desafios permanecem na reparação e reabilitação das casas mais atingidas. Desde 27 de dezembro, algumas famílias das áreas menos afetadas voltaram para limpar e consertar suas casas. As pessoas afetadas nos centros coletivos não têm roupa de cama.
Água, saneamento e higiene: Devido aos danos ao sistema de água e saneamento, o abastecimento de água limpa e potável e a higiene são priorizados. Enquanto os prestadores de serviços estão consertando o sistema, a qualidade e a quantidade da água continuam ruins. Esforços estão sendo feitos para aumentar o abastecimento de água nos centros coletivos.
Saúde: Equipes de assistência a desastres de várias agências estão prestando primeiros socorros a pessoas feridas em consultas de trauma primário e incidentes com animais peçonhentos. O sistema federal de saúde registra casos de diarreia por enchentes em algumas áreas e há preocupação com o aumento dos casos. A gripe também é motivo de preocupação.
O Ministério da Saúde está promovendo medidas de contingência e prevenção. Os serviços de saúde locais não estão sobrecarregados em sua capacidade de resposta, embora haja um déficit estrutural de unidades de saúde nas áreas afetadas.
Meios de vida: Os shopping centers locais têm sido afetados pela suspensão das atividades econômicas em áreas ainda alagadas, principalmente nas cidades de Itapetinga e Itabuna. No extremo sul baiano, as atividades agrícolas (diaristas e rurais) são uma das principais fontes de geração de renda. O nível de afetação é considerável em campos agrícolas.
Segurança alimentar: O Governo Federal do Brasil e os municípios da região estão distribuindo cestas básicas de alimentação familiar. Um centro de produção e distribuição de alimentos foi estabelecido para uso nos centros coletivos. A Cruz Vermelha Brasileira está coordenando com outros atores humanitários a distribuição das doações recebidas pelas enchentes na Bahia.