A história circulou por vários meses que Brigitte Trogneux (seu nome de solteira) nasceu em 1953 como Jean-Michel Trogneux. O fato de ela ter três filhos não muda isso. Ela é o pai dos filhos, realidade escondida por uma grande conspiração, segundo os autores da história.
Que Brigitte Macron seria transgênero foi anunciado pela primeira vez na página do Facebook da ‘jornalista não oficial’ Natacha Rey, uma feroz oponente das vacinas e da ‘ditadura da saúde’ do presidente Macron. Depois disso, a ideia se espalhou ainda mais em sites de extrema direita e redes sociais, antivaxers e coletes amarelos. Rey até posou para uma foto com o polêmico comediante Dieudonné, condenado por anti-semitismo.
O jornal O mundo acredita que o problema não deve ser explorado. O episódio revela a obsessão da mídia francesa de que as eleições presidenciais francesas de 2022 possam ser parasitadas por teorias conspiratórias difamatórias, como foi o caso nas duas últimas eleições nos Estados Unidos. O mundo. Em 2016, apoiadores de Donald Trump acreditavam que os democratas liderados por Hillary Clinton administravam uma rede de pedofilia em uma pizzaria em Washington. Em 2020, a teoria QAnon causou furor, proclamando que a elite era culpada de abusar de crianças em rituais satânicos.
Depois do exemplo americano
A campanha contra Brigitte Macron é inspirada em exemplos americanos, com a acusação de que ela é uma molestadora satânica de crianças. Mas, por enquanto, a teoria de ‘Jean-Michel Trogneux’ está longe de ser a força da QAnon nos Estados Unidos, afirma ele. O mundo. Em uma semana, houve 60 mil tweets sobre isso, não muitos. Além disso, houve vários tweets que rejeitaram ou zombaram da teoria.
A principal comunidade de apoiadores franceses de QAnon, os DéQodeurs, chamou a história de “estúpida”, ou mesmo uma tentativa de desacreditar os teóricos da conspiração, espalhando uma história totalmente improvável.
A difamação na Internet também não é um fenômeno completamente novo na França. Em 2017, circulou a história de que o candidato à presidência Emmanuel Macron estaria em uma relação homossexual com o chefe da Rádio França. O boato era tão persistente que Macron foi forçado a declarar publicamente que dormia com Brigitte todas as noites.