Os clubes brasileiros aguardam a resposta da segunda rodada de negociações salariais para definir como será o acordo com os atletas durante a interrupção do calendário devido à nova pandemia de coronavírus. Nesta segunda-feira, os jogadores e a Federação Nacional de Atletas Profissionais de Futebol (Fenapaf) solicitaram ajustes na primeira proposta feita pela Comissão Nacional de Clubes (CNC) e agora terão mais dois dias para dizer se aceitam a nova oferta.
O CNC, que representa as equipes nacionais das séries A a D, pretende implementar mudanças para reduzir os impactos financeiros causados pela falta de jogos. Após a primeira reunião da entidade na sexta-feira, nesta segunda-feira, houve uma videoconferência com representantes de 46 equipes para reformular uma nova proposta para os jogadores e o Fenapaf após a rejeição da primeira.
As novas diretrizes foram obtidas pelo Estado e trazem como pontos principais férias coletivas de 20 dias em vez de 30, conforme proposto anteriormente pelos clubes, e a manutenção de 10 dias de férias no final do ano 2021. A principal novidade do A última proposta é sobre redução de salário. Em vez de as equipes pagarem 50% menos se a suspensão do calendário durar mais de um mês, foi oferecido aos jogadores uma redução de 25% (inclui direitos de imagem e o contrato CLT).
O porta-voz da Comissão Nacional de Clubes, o presidente do Fluminense, Mario Bittencourt, disse que as medidas são necessárias para evitar problemas financeiros. “O Fluminense já está sofrendo as consequências, como outros clubes. Tivemos patrocinadores que cancelaram contratos, obviamente não temos receita nas bilheterias, vendemos camisetas, atrasamos o lançamento da nova camiseta que seria até hoje (segunda-feira). Estamos reduzindo muito a renda, não há como vender atletas “, afirmou ele à SporTV.
Além do Fluminense, Palmeiras, Bahía e Atlético-MG representam a Série A nesse comitê. O presidente da equipe da Alvinegro, Sérgio Sette Câmara, disse em uma transmissão ao vivo no YouTube na segunda-feira que os clubes estão se unindo para renegociar os salários dos jogadores. “Todos sabemos que a grande maioria dos clubes no Brasil está passando por dificuldades financeiras. Não ter renda e continuar tendo as despesas geradas todos os meses simplesmente torna tudo inviável. Temos que nos unir para tentar salvar o futebol brasileiro, que está em risco ”, afirmou.
No comunicado enviado à Fenapaf, o CNC declara que, se não houver resposta dentro de dois dias, todos os jogadores terão o início das férias coletivas declaradas, conforme autorizado nesta segunda-feira pela Medida Provisória (MP) do governo federal.
Desde a semana passada, todas as equipes da Série A demitiram jogadores de treinamento para evitar a disseminação do novo coronavírus. Outra medida formulada pelos clubes para reduzir os gastos durante esse período de quarentena foi ligar para o Ministério da Economia para solicitar a interrupção do pagamento das taxas do Profut, um programa para o refinanciamento de dívidas fiscais de futebol.
POUCO EFETIVO – Para o presidente da União de Atletismo de São Paulo (Sapesp), Rinaldo Martorelli, a negociação é antecipada porque é preciso considerar que não há uma estimativa concreta de quando o calendário da competição será restaurado ou como o problema poderá ser resolvido. no Estado, torneios em que boa parte dos jogadores compete sob contratos temporários e de curto prazo. “Você não pode discutir as séries A e B antes de resolver o Estado”, disse ele.
Na sua opinião, a criação de um pacote nacional de medidas é complexa. “No clube, o mesmo tipo de negociação pode se estender a dois ou três jogadores. Mesmo na equipe, você não pode fazer uma única negociação, porque as condições são heterogêneas. Agora, no cenário brasileiro, é ainda mais difícil “, afirmou.
Veja as propostas:
Sobre férias
Primeira versão: conceda imediatamente a todos os atletas 30 (trinta) dias de férias coletivas de 23/03 a 21/04, antecipando qualquer período proporcional de férias que os atletas adquirirão durante o restante de 2020, em qualquer clube para jogar em 2020. No entanto, apesar de antecipar, por enquanto, os 30 dias de gozo, o pagamento de férias seria diferido, com 50% do valor agora suportado pelo atual empregador e os outros 50%, com 1 / 3 completo, a ser pago até 31/12/2020.
Segunda versão: férias em grupo de 20 dias para todos os atletas, no período de 1 a 20 de abril de 2020, com pagamento integral no quinto dia útil do mês seguinte às férias e em 1/3 constitucional Será pago em dezembro de 2020, para que os clubes, e somente eles, cuidem integralmente da manutenção das atividades de futebol durante esse período.
SOBRE O FIM DO ANO
Primeira versão: feriados de final de ano de 24/12 a 01/01/2021.
Segunda versão: Garantia aos atletas do período de férias remanescente de 10 dias no final de 2020 ou início de 2021, de acordo com o calendário que será estabelecido quando o desemprego retornar.
NA REDUÇÃO DE SALÁRIOS
Primeira versão: após as férias em grupo, não é possível retornar aos campeonatos, redução de remuneração (CLT e imagem) em 50% por 30 dias, com treinamento em casa.
Segunda versão: Redução da remuneração dos atletas em 25% durante o período de detenção, conforme estipulado no artigo 503 da CLT (Consolidação das leis trabalhistas) em casos de força maior e extrema.
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