Luiz Henrique Mandetta disse que o Brasil tem capacidade para produzir e exportar cloroquina, uma das drogas que obteve resultados promissores em testes para o tratamento do novo coronavírus. Para o Ministro da Saúde, a Fiocruz e o Laboratório do Exército podem produzir o medicamento, usado no tratamento da malária, lúpus e artrite reumatóide.
Segundo ele, alguns pacientes com o novo coronavírus já foram tratados com esse medicamento, mas ainda não é possível afirmar se a cloroquina foi decisiva ou não para melhorar a condição. “Agora, quando uma pessoa entra em uma condição séria, é quase impossível para o médico negar a droga e dizer que ainda é um estudo”, afirmou o ministro.
No entanto, Mandetta disse que o governo ainda não definiu o protocolo para o medicamento: dosagem, intervalo entre o medicamento e quem deve ou não ser tratado, esteja contaminado ou apenas hospitalizado. Mandetta alertou que esta droga tem efeitos colaterais que podem ser graves e prejudiciais, “muito mais graves que a gripe”, e que não faz sentido que as pessoas comprem cloroquina para armazenar em casa sem orientação ou aconselhamento médico.
O ministro disse ainda que a estimativa é que metade da população esteja contaminada com a covid-19 e, desse total, mais da metade não apresentará sintomas. Naqueles com sintomas, segundo Mandetta, 15% devem necessitar de hospitalização, e o restante não será um caso sério. Ele disse que o fato de o Brasil ter uma população jovem pode contribuir para lidar com a doença, formando um grande cordão imunológico com menos casos graves.
“Uma minoria precisará de hospitalização. Se isso acontecesse o ano todo, seria uma gripe forte e uma epidemia para os idosos “, disse Mandetta.” Como não temos a doença e ninguém tem imunidade, isso acontece abruptamente e atrai muitas pessoas para o sistema de saúde, como se elas tivessem apenas uma geladeira e de repente todo o bloco precisará dela. “
O ministro afirmou que o SUS precisa ganhar tempo para expandir e aumentar sua capilaridade, leitos e UTI. “Estamos gerenciando o palco como um todo, para que possamos fazer uma transição menos impactante para todos nós”.