Uma tempestade desabou sobre o Beira-Rio uma hora antes do duelo do Enterrar com o Boca Juniors pelas oitavas de final da Libertadores, nesta quarta-feira. Para pessoas supersticiosas, a chuva torrencial e o vento podem ser sinais de uma mudança positiva na direção do Colorado ou em outra direção.
Mas a realidade do futebol, sempre e sempre, vai além do misticismo para ser pragmática. A realidade dos 90 minutos de futebol foi mais uma vez cruel para o Inter na derrota por 1-0 que dificultou a vida para a segunda mão.
Faça chuva ou faça sol, time de Abel Braga falha e falha novamente em suas tentativas de reagir para salvar uma temporada que parece cada vez mais perdida. Tudo pode mudar nos próximos 90 minutos do duelo de La Bombonera. Mas não é isso que o campo indica.
O gol do Internacional 0 x 1 Boca Juniors, pelas oitavas de final da Libertadores
O adjunto Leomir de Souza foi mais uma vez o representante do treinador na entrada do campo e garantiu na derrota que o Inter fez o seu melhor jogo desde a volta de Abel. É verdade.
Mas tudo se resume a flashes de bom futebol, quase tão breves quanto o relâmpago que cortou o céu na noite de quarta-feira. A equipa esteve sempre exposta ao tentar o ataque e voltou a sucumbir, incapaz de reagir após sofrer um golo.
20 minutos de incentivo. É apenas
Abel repetiu o 4-4-2 com um diamante no meio-campo. Rodrigo Dourado foi o meio-campista mais defensivo, com Lindoso na direita, Patrick na esquerda e D’Alessandro no centro. Yuri Alberto e Thiago Galhardo formaram a dupla de ataque.
O esquema é uma adaptação ao 4-1-3-2 de Eduardo Coudet, com os dois meio-campistas mais recuados. Outra mudança também é abrupta. A equipe chega a empurrar e pontuar alto, mas não com tanta intensidade e presença numérica.
O Inter viveu os melhores 20 minutos de futebol sob o comando de Abel Braga. Ele prevaleceu e aproveitou a mobilidade do sistema ofensivo para chegar ao ataque.
Na fase ofensiva, Lindoso retirou-se para o lado de Dourado e liberou Patrick e D’Ale para se juntarem aos atacantes, quase 4-2-4. Os alas também participaram das jogadas ofensivas.
Os ataques variaram entre duas estratégias: as tentativas de D’Ale nas “pifadas” para explorar em profundidade a velocidade dos atacantes ou as trocas de passes e aproximações até encontrar espaços na lateral do campo, com as alas.
Tevez é cercado por quatro colorados – Foto: Reuters
Houve dois movimentos perigosos. Um com Patrick, chutando da entrada da área, e outro com Galhardo, de frente. Mas o Inter não fez Andrada trabalhar em uma única jogada na partida.
Após o flash de superioridade cromática, a primeira metade foi toda Boca. Inter atacou e deixou gaps. Ele marcou rivais de longe. E os argentinos souberam explorar os espaços com a velocidade de Salvio e Villa pelas laterais.
Villa, em particular, teve vitórias pessoais em quase todos os movimentos de Heitor. Foi difícil para o lado encontrá-lo. Por outro lado, Zé Gabriel sofreu com Cardona e Salvio. Rodrigo Moledo teve que se multiplicar para proteger a área, disparando bombas precisas de todos os lados.
> Acabamento em Inter 0 x 1 Boca
- No gol: Boca Inter 1 x 2
- Para fora: Inter 8 x 4 Boca
- Bloqueado: Inter 3 x 5 Boca
Mesmo assim, o Boca repetidamente entrou na área do Inter e assumiu o perigo na bola aérea. No total, foram sete apresentações dos argentinos contra três do Inter na fase inicial.
Alvo de falha de comunicação
Leomir levou a equipe para o segundo tempo. Mauricio entrou no lugar de D’Alessandro, e o Inter passou a atuar em 4-2-3-1, com Yuri Alberto recuando pela esquerda e Patrick centrando.
Boca correu perigo na primeira jogada, mas o Inter venceu novamente. Ele teve uma clara oportunidade perdida por Rodrigo Lindoso dentro da área. Mas quem marcou, na verdade, foram os argentinos.
Em falha de comunicação, Uendel e Zé Gabriel acertaram na cabeça à esquerda. Salvio aproveitou, invadiu a área e derrotou o zagueiro antes de servir a Tevez para fazer o gol que homenageou Diego Maradona.
O gol sofrido transformou-se em um golpe do qual o Inter não se recuperou. Uma batida forte. Não a ponto de ser um nocaute, mas o suficiente para deixar a equipe desorientada até o fim inevitável.
Leandro Fernández bate sua falta na trave. Depois, Patrick perdeu uma oportunidade dentro da área, em jogada que gerou uma reclamação de pênalti.
Mas o único goleiro que trabalhou foi Marcelo Lomba, com uma parada na prorrogação, depois de outro contra-ataque do Boca. Para livrar a equipe do pior.
Com a derrota, o Inter precisa vencer o jogo de volta em La Bombonera por dois gols de diferença, ou por um gol, desde que marque duas ou mais vezes (2 a 1, 3 a 2 e assim por diante). Uma vitória em cores por 1-0 leva a decisão para os pênaltis.
Inter e Boca decidem o lugar na próxima quarta-feira, às 21h30. Mais cedo, o Colorado enfrenta o Atlético-MG no domingo, às 18h15, no Mineirão, pela 24ª jornada do Brasileirão.