O Brasil passará por uma recessão no primeiro semestre de 2020 devido aos impactos econômicos do avanço do novo coronavírus, prevê a Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Economia. A atividade econômica recuará 0,20% no primeiro trimestre e contratará 2,13% no segundo trimestre, sempre em comparação aos três meses imediatamente anteriores.
Quando há dois trimestres consecutivos de queda no Produto Interno Bruto (PIB), um país entra na chamada “recessão técnica”. Se a SPE espera se concretizar, a queda no segundo trimestre de 2020 pode ser a maior desde o segundo trimestre de 2015, quando houve queda de 2,2% em relação ao trimestre imediatamente anterior, segundo a série histórica do IBGE.
“O mês de março já sofre com o início da paralisação das atividades econômicas, reduzindo nossas projeções de crescimento. No segundo trimestre, ocorre o maior impacto, pois é nesse ponto que deve se concentrar a maior queda no PIB mundial e o maior período de paralisia da atividade econômica ”, afirma a SPE.
Apesar disso, a agência projeta uma recuperação a partir do terceiro trimestre, com um aumento de 1,17% em relação aos três meses imediatamente anteriores. No quarto trimestre, a expectativa é de avanço de 2,03% no mesmo tipo de comparação.
“Note-se que a profundidade e a duração da crise ainda são difíceis de estimar, pois é um evento sem precedentes na história econômica mundial”, observa a SPE. No entanto, o secretariado enfatizou que o choque deve ser transitório.
“Mantemos uma avaliação de que os choques que a economia brasileira está passando são principalmente transitórios, o que permitirá uma retomada a partir do segundo semestre deste ano”. Para o ano fechado de 2020, o governo reduziu a previsão de crescimento de 2,1% para 0,02%.
Na comparação do trimestre com o mesmo período de 2019, o período de janeiro a março deve ter um aumento mais tímido do que o inicialmente esperado, com um aumento de 1,5%. No segundo trimestre, a SPE espera uma contração de 1,4%. Se alcançado, será o pior resultado desde o último trimestre de 2016, quando a queda foi de 2,2% em relação ao mesmo período de 2015.
No terceiro trimestre de 2020, ainda haverá queda de 0,8% em relação ao mesmo período de 2019. Mas, nos últimos três meses do ano, a expectativa é de que haja um aumento de 0,9%, de acordo com o SPE.